Brasília - A ex-procuradora do técnico Wanderley Luxemburgo Renata Alves afirmou à CPI do Futebol, no Senado, que são 12 os jogadores cuja venda do passe teria favorecido financeiramente o ex-treinador da seleção brasileira.
Na lista que ela entregou à comissão constam os nomes de Alcione, Macula, Mancuso, Jean Carlo, Elivélton, Cléber, Zinho, Djalminha, Amaral, Marquinhos, Rivaldo e Juan. De acordo com a denúncia, ainda não investigada, Luxemburgo receberia um porcentual do total do valor do passe do atleta.
Esse é um dos assuntos que será abordado pelos senadores no depoimento de Luxemburgo, na quinta-feira. Para checar se a denúncia procede ou não, os senadores vão comparar o valor da venda dos passes com eventuais depósitos que possam ter sido feitos nas contas do Luxemburgo. Eles também deverão chamar os atletas para depor, a fim de que eles mesmo digam o que sabem sobre o assunto.
Renata Alves disse à CPI que o valor da propina era negociado com os empresários de jogadores. O técnico, segundo ela, fazia valorizar cada um deles nas suas escalações.
Nesta terça-feira a CPI da Nike começa a investigar a denúncia de tráfico de jogadores menores para o exterior. Vão depor à tarde, o presidente do Moto Clube do Maranhão, Luiz Jandir Amin, e o ex-dirigente do clube José Cassas. Na quinta-feira, será a vez do presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, e o ex-supervisor da seleção brasileira, Amércio Faria. O relator da comissão, Silvio Torres (PSDB-SP), disse que o depoimento de Pelé, previsto para a próxima semana, ocorrerá numa nova data, ainda a ser marcada.
A mudança se deve a um pedido dele que terá de cumprir compromissos na Espanha.
Para o deputado, o tráfico de jogadores é uma das denúncias mais graves investigadas pela comissão. Ocorre quando meninos, a partir de 14 anos são levados para o exterior por empresários. Se eles emplacam nos clubes, o empresário permanece ao lado. Caso contrário, são abandonados à própria sorte.