São Paulo - O Suzano, heptacampeão paulista e tricampeão brasileiro, está com medo de uma "fuga em massa" de seus atletas. Isso porque o atacante de ponta Lilico, de 24 anos, que anunciou na segunda-feira o fim de sua carreira no vôlei, abandonou o time e pode ter o exemplo seguido pelos companheiros. Como todos os jogadores do clube, ele não tinha contrato assinado e simplesmente avisou os membros da comissão técnica de que estava indo embora e livrou-se de multa rescisória. Outra baixa é Cristal, de 34 anos, que está se aposentando e será auxiliar do técnico Ricardo Navajas.
"Amanhã (29) mesmo todos assinarão contratos porque já ouvi dizer que outros estão pensando em fazer o mesmo", declarou o gerente administrativo do Suzano, Roberto Osiris, o Paulista. "Foi uma lição."
Paulista explica que o clube já tem condições de fazer suas contratações de forma correta. "Não posso dizer que o Lilico não foi profissional porque a gente também não foi ao acertar um contrato de boca", diz o dirigente. "Só nós perdemos com isso, pois não contratamos outros bons opostos porque tínhamos o Lilico, que valia 5 pontos no ranking nacional." Cada time pode somar apenas 32 pontos.
O problema, segundo ele, foi que o clube teve de mudar sua estrutura de contratação por conta da mudança de patrocinador. Na vigência da parceria com a Cia. Suzano de Papel e Celulose, os atletas tinham contrato e carteira assinados. Com o fim do patrocínio, em abril, o clube foi desfiliado da Federação Paulista. Assim, para fazer contratações para a atual temporada, Navajas contava apenas com a verba da prefeitura de Suzano.
Em agosto, o clube fechou parceria com a Fenabb (Federação Nacional das Associações Atléticas Banco do Brasil) e com a Zip.Net, enquanto aguardava a regulamentação do clube do Banco do Brasil de Suzano. Até hoje, os atletas emitiam notas fiscais para receber seus salários em dia.