BH - O atacante Oséas, do Cruzeiro, garantiu nesta quinta-feira que o gol contra marcado por ele em Porto Alegre, no primeiro jogo com o Internacional pelas quartas-de-final da Copa João Havelange, não foi a repetição de um dos lances mais polêmicos de sua carreira.
Em março de 1998, o jogador, então com a camisa do Palmeiras, causou espanto em uma partida contra o Corinthians, pelo Paulistão, ao cabecear a bola contra o próprio gol aproveitando escanteio cobrado pelo alvinegro Marcelinho Carioca.
"Desta vez, subi para fazer a marcação, em um cruzamento do Inter na área, e ao dividir com o atacante deles tive uma infelicidade", disse. "Raspei a cabeça na bola para tentar afastar e ela tomou a direção do gol", acrescentou.
No jogo com o Corinthians, que também terminou empatado por 1 a 1, Oséas não encontrou explicação para a jogada, já que agiu como um típico atacante no momento em que deveria auxiliar a defesa. Ele subiu e cabeceou com classe a bola alçada por Marcelinho, no canto esquerdo do colega de equipe Velloso.
Na época, integrantes da comissão técnica do Palmeiras foram buscar explicações para a jogada junto a psicólogos e especialistas em medicina esportiva. Uma das conclusões prováveis foi de que o atleta havia sofrido uma "amnésia psicomotora momentânea", provocada por fadiga ou estresse.
O técnico Luiz Felipe Scolari, que comandava Oséas também no Alviverde, isentou o jogador de culpa no gol contra de quarta-feira e também procurou diferenciar as duas situações. "Não foi culpa do Oséas, mas sim de toda a defesa, que se posicionou erradamente no cruzamento", afirmou. "Tinhamos que sair da área, mas todos os jogadores entraram e agora vamos conversar para que no próximo jogo isso não aconteça", completou.
O treinador disse ainda que, curiosamente, havia previsto que o gol a favor do Cruzeiro também seria marcado pelo atacante - o que aconteceu três minutos após a abertura do placar. "Na palestra antes da partida, já haviamos dito que isso aconteceria", ressaltou.