Recife - "Admiro muito o Luxemburgo, mas, com essa declaração, a gente vê que ele está perdido, sem orientação, o que é de se lamentar".
Foi assim, com um certo pesar, que o presidente do Sport, Luciano Bivar, reagiu à afirmação do ex-técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, à CPI do Futebol, de que teria recebido, no segundo semestre de 1998, um telefonema de uma pessoa chamada Vadinho pedindo a convocação de um jogador do Sport.
"Ele não sabe quem é o jogador, não sabe com quem falou, não tem um telefone, e disse isso numa Comissão Parlamentar de Inquérito", afirmou Bivar. "Ele só pode estar perdido e falou isso em um momento de fraqueza". O presidente do clube não vai entrar com uma representação civil contra o ex-técnico para que ele prove sua declaração.
"Detesto linchamento e o Sport não vai querer aparecer em cima dessa história", ressaltou Bivar. "Seria como chutar cachorro morto".
Ele não acredita que Luxemburgo tenha tido intenção de denegrir o clube, que, segundo ele, jamais teve envolvimento com nenhuma história de influência ou tentativa de suborno para convocação de jogador. "Temos um exemplo recente, quando o técnico do Sport, Émerson Leão, foi escolhido para dirigir a e não convocou o Nildo, que vinha tendo um ótimo desempenho".
Vice-presidente do Sport em 1998, Wandérson Lacerda ficou irritado com a acusação de Luxemburgo e garantiu que em Pernambuco ninguém conhece Vadinho.
"Não digo que Luxemburgo inventou essa pessoa nem posso assegurar que Vadinho não existe, mas já que ele citou o nome do clube, deveria provar o que afirmou", disse. "Ele não tinha direito de ter colocado o Sport nessa sujeira".
Para Lacerda, na hipótese de Vadinho ser real, ele poderia ser um procurador, empresário ou testa-de-ferro de algum jogador, mas, neste caso, não teria nenhuma ligação com o Sport.