São Paulo - Depois de anos de dificuldades para ganhar destaque no cenário mundial, a Argentina comemora a boa fase. Além da recente conquista do Mundial Interclubes e da Libertadores pelo Boca Juniors, a seleção termina o ano líder das Eliminatórias Sul-Americanas.

Outro indício recente da recuperação é o ranking da Federação Internacional de História do Futebol e Estatística (IFFHS). Entre as equipes mais bem colocadas, com liderança do Bayern de Munique, o Boca está em quarto lugar e o River Plate está em oitavo. A melhor equipe brasileira, o Palmeiras, está em nono.

Os jogadores argentinos também ganharam valorização no mercado internacional. O atacante Crespo foi responsável pela segunda negociação mais cara do futebol mundial. Este ano, a Lazio pagou US$ 55 milhões por seu passe, US$ 1 milhão a menos do que o Real Madrid desembolsou pelo meia português Luiz Figo.

O zagueiro argentino Capria, que disputou a Copa João Havelange pelo Atlético-MG, tem uma teoria para o fenômeno. "Depois que Maradona deixou o futebol, a Argentina passou por um impasse muito grande e só agora estamos nos recuperando, com o surgimento de craques como Verón, Simeone e Batistuta", diz.

No entanto, o jogador não concorda com a declaração do técnico do Boca, Carlos Bianchi, de que o futebol argentino é o melhor do mundo. "Não dá para dizer que o futebol argentino é melhor, embora esteja entre os melhores."

O lateral-esquerdo do Cruzeiro Sorín concorda com Capria e admite que o futebol de seu país vive "um ótimo momento". "Mas ainda falta muito para dizer que os argentinos são os melhores do mundo, na atualidade." Para ele, os argentinos só poderão fazer tal afirmação se forem campeões em 2002.

Sobre a valorização dos atletas do país no futebol europeu, o jogador acredita que isso acontece porque os argentinos estão atuando melhor no exterior. "Basta ver os exemplos dos jogadores da Lazio e do Valencia, e com isso acabam valorizando outros atletas do meu país", explicou Sorín. "Por outro lado, craques brasileiros que atuam na Europa, ou estão machucados, como é o caso de Ronaldo, ou não estão jogando", completou o lateral.

Agência Estado