Porto Alegre - Nos grandes confrontos de Internacional e Cruzeiro, na década de 70, dois momentos especiais merecem lugar reservado na mente do ex-atacante colorado Escurinho. Não são gols, e sim defesas espetaculares feitas pelo cruzeirense Raul e pelo colorado Manga.
"Esses dois faziam miséria, tiravam bolas impossíveis. Eram goleiros de recursos", lembrou o atacante, que fez história com gols de cabeça.
Era primeiro tempo no Mineirão pela Libertadores de 1976 –que terminou com a vitória de 5 a 4 do Cruzeiro. Lula foi à linha de fundo e cruzou com perfeição. Escurinho, claro, subiu no quarto andar e ganhou do zagueiro. Cabeceou a bola para o chão, forte. Raul se esticou e tirou quase de dentro do gol.
"Parecia o goleiro inglês Banks naquela jogada do Pelé na Copa de 1970", comparou Escurinho.
Na final de 1975, primeiro título brasileiro do Inter, Manga reclamava de dores na perna. A notícia da lesão chegou ao Cruzeiro antes da partida. Nelinho,de chute potente, se ouriçou. Arriscaria bater da intermediária para surpreender Manga. Numa falta, lá foi o lateral. O chute saiu forte, cheio de curva. Parecia que ia para um lugar e foi para outro. Problema? Não para Manga, que fez notável defesa.
"Só o Manga poderia tirar aquela bola", vibrou Escurinho, que atualmente administra uma escolinha de futebol em Guaíba.