São Paulo - Os gritos de incentivo do zagueiro Paulo Turra na partida contra o São Paulo mostraram que o jogador do Palmeiras transformou-se numa verdadeira fonte de energia para seus companheiros dentro de campo. Nem mesmo a seqüência desgastante de jogos, com decisões a cada 48 horas, está incomodando o jogador.
"Pelo contrário, estou ainda mais motivado a cada partida", conta o gaúcho Turra, de 26 anos, que no meio da Copa João Havelange estava encostado na reserva e quase foi negociado com o Sport.
Na ocasião, o presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, vetou a saída do jogador. "Ele disse que eu estava há apenas três meses no clube e ainda não tinha mostrado meu potencial", observou Turra, que veio do Caxias, onde foi campeão gaúcho deste ano.
Com a provável ausência do volante Fernando, Galeano deverá ser mantido no meio-de-campo e Turra continuará como titular, neste domingo, contra o São Caetano. Caso Fernando seja escalado, há a possilidade de Turra voltar para o banco, mas ele não pensa nesta hipótese. "Meu pensamento é começar jogando", diz, confiante.
Segundo o zagueiro, o Palmeiras rejeita a condição de favorito diante do São Caetano, neste domingo, pelas quartas-de-final da Copa João Havelange. "Não temos estrelas no time e a humildade é que nos trouxe até aqui."
Turra destacou que sempre procurou espelhar-se nas atitudes de Dunga, de quem admira o espírito de liderança. "Ele podia não ter muita técnica, mas transmitia uma vibração que muitas vezes foi decisiva para as vitórias de sua equipe."
Com os pés no chão, o zagueiro nem pensa em seleção brasileira. "Não é um dos meus objetivos." Ele já se diz satisfeito por ter tido seu passe comprado pelo Palmeiras. Após uma experiência frustrante no Botafogo, decidiu nunca mais ter seu passe emprestado para nenhum clube. "O jogador emprestado é pouco valorizado por não ser patrimônio do clube."
Na passagem pelo clube carioca, Paulo Turra, que ficou na reserva de Gonçalves, quase não atuou. Segundo ele, ainda saiu sem receber o que tinha direito. "O Botafogo me tratou muito mal. Um dirigente do clube me disse para entrar na Justiça e tentar recuperar meu dinheiro, porque era desta forma que eles trabalhavam", lamenta.