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F-1 tem substitutos para empresas de cigarros
Quinta-feira, 07 Dezembro de 2000, 20h49
Atualizada: Quinta-feira, 07 Dezembro de 2000, 20h49

São Paulo - Supondo que o Brasil supere todos os seus desafios e consiga manter-se no calendário da Fórmula 1, já que sua prova é uma das mais tradicionais do Mundial, por estar na 30ª edição, a questão que fica no ar é: há no mercado empresas com fôlego financeiro e interesse em investir na F-1, em substituição às tabagistas? Segundo os especialistas na comercialização do evento, como o superintendente da Globo, Otávio Florisbal, e o publicitário Mauro Salles, essa preocupação não existe.

"Não creio que teremos de aguardar até o fim de 2005 para assistir às equipes de F-1 substituírem as empresas de cigarros como suas principais patrocinadoras", afirma Florisbal. "Esse processo já está em curso e no caso da promoção da corrida no Brasil não será diferente. "Há ramos de atividade onde as afinidades com os apelos da F-1 são totais, segundo Salles.

Ele cita as empresas de telecomunicações, cada vez mais universais, como a F-1, grandes montadoras, hoje proprietárias de muitas equipes, bancos, fundos de investimento, companhias de petróleo, produtoras de computadores e programas etc.

"Posso garantir que hoje existem mais empresas interessadas em investir no evento que cotas disponíveis." Se por exemplo o ABN-Amro Bank deixar de ser o patrocinador principal do GP do Brasil de F-1, a disputa por substituí-lo será intensa, garante Salles. O promotor da prova, Tamas Rohonyi confirma que vários grupos aguardam sempre a data limite para os atuais investidores confirmarem sua permanência no evento.

"No caso de desistências, temos outros interessados prontos para patrocinar." O Brasil não corre riscos de perder a corrida por conta de não encontrar investidores, segundo Floribal. "O problema aqui é outro, não financeiro."

Ou o País adequa sua política antitabagista à da Europa, por exemplo, ou, aí sim, segundo o superintendente da Globo, perde o seu "principal evento esportivo internacional." Seria o máximo da incoerência, segundo Tamas, o País que mais títulos conquistou este ano no automobilismo mundial não ter uma etapa da F-1.

O dirigente lembra que os brasileiros foram campeões na F-3000, com Bruno Junqueira, F-3000 italiana, Ricardo Sperafico, F-3 britânica, Antônio Pizzonia, F-Indy, Gil de Ferran, F-Barber Dodge, Nilton Rossoni, F-3 Sul-americana, Vitor Meira, além de poder ser campeão da F-3 Renault européia e italiana, no fim de semana, com Felipe Massa. "Sem citar que o Brasil voltou a vencer na F-1, com Rubens Barrichello, depois de sete anos sem vitórias."

Agência Estado


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