Atibaia - À margem de holofotes, microfones e canetas que invadiram o dia-a-dia do São Caetano desde a classificação da equipe para a segunda fase da Copa João Havelange, alguns jogadores são praticamente ignorados pela mídia, embora ocupem posições estratégicas no time. É o caso dos meias Adãozinho e Esquerdinha. Responsáveis pela marcação no meio-de-campo e armação das jogadas ofensivas, eles garantem segurança ao sistema defensivo e, aos atacantes, a liberdade necessária para as finalizações.
Apesar de não sofrerem assédio de fãs e jornalistas na mesma intensidade de outros atletas - casos de Claudecir, César e, sobretudo, Adhemar -, os dois "carregadores de piano" do São Caetano asseguram que essa condição não os incomoda. "Pelo contrário, fico muito feliz quando vejo meus companheiros em destaque, como está acontecendo agora", afirma Adãozinho. Ele explica que o segredo da equipe para a boa campanha é a soma de dois fatores: humildade e amizade. "Aqui todo mundo é amigo e isso mantém a inveja afastada do nosso ambiente."
Esquerdinha, por sua vez, diz que todos sabem da importância exata que tem para o grupo. Segundo ele, é natural que alguns jogadores se destaquem mais do que outros em razão das circunstâncias do momento. "O Adhemar está marcando muitos gols, é vice-artilheiro do campeonato e, por isso, aparece mais", observa. "Mas isso só está acontecendo porque o restante do time oferece a ele condições de atuar dessa forma."
A penumbra não impede o jogador de sonhar alto. Dono de um currículo que apresenta passagem até pelo futebol russo, onde defendeu o Spartak, e times médios do interior paulista, como Novorizontino e Matonense, Esquerdinha quer jogar em um clube grande. "Não me interessa qual. Gostaria apenas de vestir a camisa de uma equipe grande."