Rio - Alguém ainda se lembra do capitão Dunga durante a Copa do Mundo de 94, quando a seleção brasileira conquistou o tetra? Pois bem. A mesma forma de comando, de liderança dentro de campo, atualmente tem sido encarnada por Romário no Vasco.
“Pela televisão, vi o Romário decidir aquela Copa. Hoje, o vejo como o Dunga, gritando em campo, dando broncas mesmo, e carregando o time. Se como capitão o Dunga levou o Brasil ao tetra, quem sabe o Romário não leva o Vasco à conquista das duas competições que estamos disputando”, disse o meia Paulo Miranda.
E o próprio Baixinho parece estar gostando de ter esta função. “O Oswaldo (de Oliveira, técnico), o Júnior Baiano e o Jorginho me pediram para eu começar a falar dentro de campo. E agora estou falando tudo o que eu não falei em toda a minha carreira”, disse Romário, em entrevista para a TV Globo.
Para quem está de fora, as atitudes de Romário podem até parecer grosseiras. Mas a mudança de postura do Baixinho durante as partidas só tem sido benéfica para a equipe. Pelo menos, é o que garantem os jogadores.
“Temos que ouvir o que ele tem a dizer mesmo. Ainda mais eu, que sou jovem. Ele tem muita experiência a passar para todos nós”, afirmou o lateral Jorginho Paulista.
E quem se atreveria a gritar com Romário se ele tem feito a sua parte? Os jogadores sabem que basta a bola chegar redonda ao ataque que o craque decide.
“A gente sabe que, quando a bola cai nos pés dele, é gol na certa”, disse Pedrinho.
“Ele dispensa comentários. Temos que procurar correr, dar o máximo, para que a bola chegue em condições lá na frente e ele faça os gols”, afirmou Clebson.
É natural que, com todo esse cartaz, Romário tenha lá suas regalias. Mas ninguém se importa.
“Ele é craque e desequilibra. Todo jogador desse nível tem que ter privilégios e tratamento diferenciado”, falou Pedrinho. “Para mim, era para ele estar disputando o título de melhor jogador do mundo”, disse o lateral Clebson.