Porto Alegre - O Grêmio pretende contar com o talento de Ronaldinho por, no mínimo, mais dois anos. E já começa a operação para, antes mesmo do fim do atual contrato, dia 28 de fevereiro de 2001, apresentar uma proposta capaz de seduzir o craque e rivalizar com qualquer outra do Exterior. Os dirigentes também asseguram que não há risco de Ronaldinho ganhar passe livre, mesmo que uma nova legislação passe a vigorar a partir do próximo ano.

É certo que a ISL, empresa com quem o Grêmio assinou contrato de parceria, será convocada para bancar a proposta de renovação. Ontem, representantes da empresa no Brasil reiteraram o desejo da multinacional de manter o craque no Olímpico pelo maior tempo possível.

Dia 15 de setembro, ao participar da cerimônia que formalizou a parceria, no Olímpico, o então presidente da ISL, Heinz Schurtenberger, revelou o projeto da empresa de fazer de Ronaldinho seu maior produto de marketing. “Posso garantir que a política do atual presidente, Daniel Beauvois, é a mesma do anterior”, afirmou Roberta Machado, assessora de imprensa da multinacional, nesta quinta. “Todo o esforço será feito no sentido de que Ronaldinho permaneça no Grêmio.”

Ronaldinho diz que sua única preocupação, no momento, é classificar o Grêmio para as finais da Copa João Havelange. A mãe do jogador, Miguelina, que representa seus interesses junto com o filho Assis, não antecipa a proposta a ser feita. Certamente terá que ser bem superior aos cerca de R$ 100 mil que o craque ganha atualmente, por causa da valorização que Ronaldinho alcançou em 2000. Mas Miguelina adianta: não há interesse que Ronaldinho deixe Porto Alegre.

A ISL, responsável pela comercialização da marca Grêmio no mundo, tem todo o interesse em manter no Olímpico um dos mais promissores jogadores do futebol mundial, ainda mais agora que, no próximo ano, o clube disputará a Copa Mercosul, e com boas chances, também, de assegurar vaga à Libertadores.

Para o vice-presidente Jayme Eduardo Machado, não há riscos de o Grêmio perder o vínculo de Ronaldinho quando a lei do passe entrar em vigor.

“Como a nova legislação só irá valer a partir do dia 26 de março do próximo ano, seus efeitos não poderão se estender a jogadores que tenham assinado contrato antes. É o caso de Ronaldinho, cujo primeiro contrato profissional, com duração de três anos, foi assinado em fevereiro de 1998”, disse Machado, reconhecido como uma das maiores autoridades em legislação esportiva do país.

Zero Hora