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Nike garante continuidade do contrato com a CBF
Sexta-feira, 08 Dezembro de 2000, 19h34
Atualizada: Sexta-feira, 08 Dezembro de 2000, 19h34

Rio - A Nike do Brasil não teme a quebra de seu sigilo fiscal, pedida pela CPI do Futebol, no Senado, e, apesar dos últimos dias turbulentos envolvendo supostas irregularidades em seu contrato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a empresa reiterou nesta sexta-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que não cogita em desfazer o acordo com a entidade. "A Nike não pensa em romper o contrato com a CBF", afirmou o assessor Ingo Ostrovsky.

A investigação fiscal a que será submetida a Nike teria como objetivo preliminar o de atestar se houve alguma transação comercial entre a Nike do Brasil e a empresa de marketing esportivo Traffic. Em depoimento à CPI do Futebol, na quinta-feira, o proprietário da Traffic, J. Hawilla, disse que sua empresa não recebera nenhuma ajuda financeira da Nike.

Ostrovsky assegurou que a Nike está empenhada em ajudar a esclarecer deputados e senadores nas duas CPIs que apuram irregularidades no futebol brasileiro e disposta a defender a validade de seu contrato com a CBF. "No momento oportuno, a Nike vai prestar todos os esclarecimentos para que não haja mais nenhuma dúvida, tanto dos parlamentares quanto dos torcedores brasileiros, com relação ao nosso entendimento com a CBF", disse o assessor.

Para Ostrovsky, o pedido de quebra de sigilo fiscal nem vai precisar chegar à empresa, uma vez que os documentos referentes à decisão do Senado estão à disposição da Receita Federal. "A Nike do Brasil paga seus impostos e apresenta normalmente sua declaração de renda à Receita", prosseguiu.

Ele deixou claro ainda que a empresa faz apenas uma ressalva à CPI da Câmara, que investiga o contrato da Nike com a CBF, e que vem sendo chamada de CPI da Nike. "Na verdade, o trabalho dos deputados é mais abrangente", afirmou, citando, em seguida, o empenho dos políticos em apurar a responsabilidade pelo tráfico de menores para o exterior, a emissão de passaportes falsos para atletas transferidos para a Europa. "A CPI está servindo também para uma ampla e saudável discussão sobre legislação esportiva, então não deveria se chamar CPI da Nike."

A data de convocação de diretores da Nike para depoimento na CPI da Câmara ainda não foi definida. Há a possibilidade também de a empresa ser convocada pela CPI do Futebol. A expectativa na empresa é de que isso só ocorra em janeiro, por causa da proximidade das festas de fim de ano.



Agência Estado


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