São Paulo - A diretoria do São Paulo já avisou que vai fazer uma política de contenção de gastos em 2001, mas não especificou qual seria a dimensão. Os conselheiros do clube, no entanto, receberam a previsão orçamentária para 2001 e levaram um grande susto.
Perceberam que o objetivo do presidente, Paulo Amaral, é vender os passes de quase todos os jogadores e não contratar nenhum.
Segundo os cálculos da diretoria, o Tricolor terá R$ 68 milhões de despesas ao longo do ano e acumulará pouco mais da metade desse valor, R$ 38 milhões.
Para poder equilibrar as contas, Amaral encontrou apenas uma solução até agora: faturar R$ 30 milhões em venda de passes de jogadores. Para alcançar o objetivo, o time terá de sofrer um verdadeiro desmanche, afinal, a equipe titular inteira vale pouco mais de R$ 30 milhões.
Em sua previsão orçamentária, o presidente especificou item por item e não vacilou ao colocar que a salvação do caixa será a negociação de passes. Em 2000, o São Paulo acumulou mais de R$ 60 milhões com a saída de Marcelinho Paraíba, Edmílson, Edu, Fábio Aurélio e Álvaro e não investiu quase nada. No próximo ano a situação deverá se repetir.
O maior problema do Tricolor é a falta de estrelas no atual elenco. Os jogadores badalados já deixaram o clube e, agora, sobraram poucos medalhões, como o goleiro Rogério Ceni e o atacante França. Por isso, será muito mais difícil conseguir negociar tantos passes como no segundo semestre deste ano.
Embora não fale publicamente, a diretoria do São Paulo admite negociar o passe de qualquer atleta, com exceção de Belletti, que, no momento, é o único jogador para a lateral-direita, e Rogério Ceni, que, além de goleiro titular da seleção brasileira é o cobrador de faltas do time. Qualquer outro tem portas abertas para sair. Basta uma proposta razoável.
O presidente já deu o aval para o empresário Juan Figer tentar negociar o passe do volante Axel, que está deixando o São Paulo. Carlos Miguel, Souza, Wilson e França saem do o clube se houver algum interessado em contratá-los. O passe de Miguel é o que a diretoria tem mais vontade de negociar, por causa de seu salário - R$ 150 mil.