São Paulo - No nascimento da filha, a motivação para voltar a lutar por recordes.
Da queda, o aprendizado para voltar a ter disciplina e treinar. Para o técnico de Ronaldo, Carlos Alberto Cavalheiro, o ano que vem será o primeiro de uma série em que seu atleta voltará a ter bons resultados.
Tudo bem que não é a primeira vez que Cavalheiro diz isso. No meio do ano, quando Ronaldinho se preparava para tentar o índice olímpico, seu técnico garantia que ele estava ótimo, pronto para chegar à Sydney como um dos favoritos à medalha. Mas também não é a primeira vez que Ronaldo cai, fica no anonimato. Em 1994, ele venceu a São Silvestre quebrando um jejum brasileiro de nove anos. Dias depois, quase chegou perto do recorde mundial. Depois, sumiu.
"Ele estava se achando o rei da cocada-preta. Tive que alertá-lo para que ele voltasse a encarar as coisas com seriedade", diz o antigo treinador, Henrique Vianna.
Cavalheiro discursa de forma parecida na hora de explicar os dois anos de ostracismo que Ronaldo vem passando desde que bateu o recorde mundial da maratona. "O problema dele era falta de motivação. Ele já ganhou uma São Silvestre, tem medalhas em Campeonatos Mundiais, bateu o recorde mundial da maratona. Ele não tinha mais motivação."
Para o treinador, a grande diferença agora será sua filha Vitória. "Agora, ele está começando a pensar que terá uma outra pessoa na vida para cuidar e dar satisfações."