São Paulo - Os piores exemplos de gastança sem retorno foram os de Corinthians e Flamengo. Por acaso, os dois têm parceiros fortes e com pouco tempo no mercado brasileiro. A Hicks Muse, fundo de investimentos norte-americano, entra com R$ 3 milhões mensais para custear o time paulista. E a ISL, agência suíça de marketing, garante R$ 6 milhões/mês ao clube carioca. Com tanta "fartura", os dirigentes se lambusaram. O Corinthians ficou em penúltimo lugar, apesar do investimento de R$ 20 milhões em reforços. O Flamengo gastou R$ 42 milhões e não conseguiu classificar-se entre os 12 que foram à segunda fase.
No Parque São Jorge, o desperdício não fico restrito à contratação de jogadores. De agosto a novembro, o clube trocou duas comissões técnicas.
Saíram Oswaldo Alvarez, o Vadão, e seus assessores, entraram Candinho e seus homens de confiança. Em meados de novembro, nem Candinho, nem Vadão estavam mais no Parque, um prejuízo de quase R$ 500 mil entre direitos trabalhistas e salários.
Na Gávea, não foi muito diferente. Caiu o sonolento Carlinhos na fase crítica da Copa JH e chegou o veterano Zagalo, munido de um auxiliar. O salário do técnico subiu, o time ganhou duas partidas e saiu desclassificado da JH e Copa Mercosul - mais prejuízos.
O Flamengo continua apostando no time caro. Com os dólares da ISL, o presidente reeleito Edmundo dos Santos Silva quer Vampeta, que está deixando a Inter de Milão. O volante não recebe menos de R$ 100 mil mês na Itália.
O Corinthians, segundo o presidente Alberto Dualib, está cortando gastos. "O Palmeiras mostrou o caminho", disse Dualib.
Exemplos de que nem sempre quem gasta menos vai longe são o Fluminense e Botafogo. A folha do Fluminense não atingia R$ 1 milhão e o time foi eliminado pelo São Caetano. A do Botafogo alcançava R$ 800 mil e a equipe não atravessou a ponte que levava à segunda fase da Copa JH. Poucos gastos, futebol econômico.