Rio - O meia cruzeirense Sérgio Manoel conhece de perto o poder que o vice-presidente de futebol do Vasco, Eurico Miranda, exerce na política esportiva. Afinal de contas, o jogador atuou por vários anos no Botafogo, além de uma rápida passagem pelo Fluminense.
Assim como todos os integrantes da delegação do Cruzeiro, Sérgio mostra-se bastante insatisfeito com a polêmica envolvendo o confronto entre os dois clubes pela semifinal da Copa João Havelange, quando os jogadores vascaínos conseguiram, através do Sindicato do Jogadores do Rio, transferir a data do primeiro jogo, que seria disputado nesta quinta-feira, em São Januário. Para o meia, o Cruzeiro não pode se curvar ao que quer o dirigente vascaíno que, segundo os cruzeirenses, está por trás da atitude dos jogadores.
“O Cruzeiro tem que comprar esta briga. O Eurico assinou o documento concordando com a data da partida e agora acontece essa situação. Está na hora de dar um basta nisso! Em um momento em que estão acontecendo tantas CPIs e se tenta moralizar o futebol brasileiro cria-se uma questão como essa, na qual só estão sendo preservados os interesses do Vasco”, protestou.
Sérgio Manoel lembra que, quando atuou pelo Botafogo, cansou de ver desmandos de Eurico Miranda: “Ele cansou de priorizar os interesses do Vasco sem levar em conta se suas atitudes estariam prejudicando os outros clubes. Várias vezes mudou datas de jogos e chegou até a criar confusão por causa de uniformes, num jogo entre Vasco e Botafogo, em São Januário. Tivemos que trocar os shorts e a confusão atrasou muito o início da partida. Foi uma falta de respeito ao torcedores que estavam no estádio. Se estamos tentando realmente moralizar o futebol brasileiro, não há mais espaço para um dirigente como Eurico Miranda”.