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Felipão fez Cruzeiro ficar na JH
Quinta-feira, 14 Dezembro de 2000, 21h05
Atualizada: Sexta-feira, 15 Dezembro de 2000, 12h21

Rio - A delegação do Cruzeiro está desde a noite da última quarta-feira no Rio na expectativa de poder enfrentar o Vasco, em São Januário, pelas semifinais da Copa João Havelange. A confirmação do adiamento do jogo - ainda sem data marcada - causou revolta, nesta quinta-feira, entre os dirigentes mineiros, que chegaram a ameaçar abandonar a competição. A idéia só não foi à frente por um pedido do técnico Luiz Felipe Scolari.

“Por tudo o que passamos até agora, vamos engolir esta decisão e vamos jogar contra o Vasco. É só marcar a data. Estou revoltado e indignado com a bagunça que se transformou o futebol brasileiro, numa época em que se fala em moralização. Tem de ter dignitude. Por mim, o Cruzeiro iria embora agora para Belo Horizonte e abandonaria a Copa João Haavelange. Só não fizemos isto por um apelo de Luiz Felipe Scolari, em nome dos jogadores”, afirmou o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, depois de uma reunião com o treinador e com representantes da Hicks & Muse, patrocinadora do clube.

Especula-se que este não tenha sido o real motivo para o Cruzeiro decidir permanecer na disputa da Copa JH. Isto porque, em caso de abandono da competição, o clube poderia sofrer sanções e ainda ser obrigado a pagar uma multa pesada. Por seu lado, Scolari preferiu alegar que o clube responderá em campo, buscando o título. “Jogamos 28 vezes para chegar às semifinais e vamos tentar o título que será inédito na História do Cruzeiro.”

Já Perrela disse que aceitou a decisão da Justiça de manter a liminar suspendendo o jogo. Segundo ele, o que não dá para engolir é o fato do vice-presidente de futebol do Vasco, Eurico Miranda, ter aceitado a marcação das datas, em uma reunião do Clube dos 13, e depois ter mudado de idéia.

“Infelizmente, as leis não são cumpridas. O próprio Eurico havia aceitado jogar nesta data e assinou um documento. Tínhamos a obrigação de mostrar para a sociedade brasileira que o Clube dos 13 tinha capacidade para organizar uma competição. Mas, mostramos que somos menos capazes do que a CBF.”

O técnico cruzeirense aproveitou para atacar o Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio e o Eurico. “ Todos os clubes que disputaram a Copa Mercosul (casos de Cruzeiro e Vasco) se comprometeram a jogar com intervalo menor a 66 horas. O Sindicato do Rio não se preocupou antes com o Vasco e só agora. Neste caso, não valeu o que estava assinado. O importante é que se mostre para o Brasil quem foi que não cumpriu o acordo”, afirmou Scolari.

Segundo o presidente do Cruzeiro, o time permanecerá no Rio, independentemente de a partida acontecer nesta sexta-feira (às 20h30min) ou no sábado (16h). Tanto que o clube já marcou para esta sexta-feira um treino nas Laranjeiras, sede do Fluminense.

L!Sportpress


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