São Paulo - O sonho do Corinthians é enquadrar Edmundo. Um dia depois do atacante ser dispensado do Santos, o presidente corintiano, Alberto Dualib, afirmou que as negociações para o Animal voltar a vestir a camisa do Timão serão abertas só se o jogador mantiver a posição que assumiu antes de sair da Vila: aceitar uma redução salarial.
”A contratação é muito difícil, principalmente por causa do salário. O Edmundo saiu do Vasco recebendo R$ 400 mil e não dá para ganhar isso por mês”, diz Dualib, fazendo a ressalva logo em seguida.
”Ele mesmo disse que aceita ganhar menos, desde que paguem. Precisa ver se, na prática, ele aceita mesmo. Em oito anos que estou na presidência do Corinthians, o salário nunca atrasou um dia”, garante.
Um dos motivos da dispensa de Edmundo do Peixe foi justamente uma crítica à política salarial dos dirigentes santistas. O atacante disse que preferia ganhar menos, se isso garantisse o pagamento em dia. O Santos está tendo dificuldades para quitar salários e prêmios de atletas.
”Sempre pagamos os funcionários do clube dois dias antes”, orgulha-se o presidente do Timão.
Para se enquadrar nos parâmetros da folha de pagamento corintiana, no entanto, Edmundo teria que aceitar, no mínimo, receber a metade do que ganhava na Vila. As maiores estrelas do atual elenco do Corinthians, como Marcelinho, não recebem mais de R$ 200 mil.
”Mas, sem dúvida, o Edmundo é um grande jogador, que resolve", afirma Alberto Dualib, cujos elogios são compartilhados pelo técnico corintiano, Darío Pereyra.
Em relação ao histórico de indisciplinas do Animal, o presidente Dualib acredita que Edmundo esteja, aos poucos, recuperando-se "moralmente".
”Parece que agora ele está mais ajuizado, mas não é esse aspecto que prevalece na hora de uma contratação. Ainda mais porque a pessoa muda e se recupera”, imagina o dirigente, com um porém.
“Quando o Edmundo esteve com a gente, arrumou muita encrenca. Largou o clube no meio do contrato e estragou nosso trabalho”, recorda o presidente corintiano. Edmundo defendeu o Corinthians em 96.