Porto Alegre - O sumiço de Alex impede o Inter de anunciar a contratação do meia Lê, 21 anos, ao Flamengo. Como o titular ainda não se apresentou e nem deu sinal de vida, o técnico Zagallo ainda reluta em liberar seu reserva imediato. "Só posso dizer algo definitivo no dia 4 de janeiro, quando reuniremos o grupo para a pré-temporada na Granja Comary", disse Zagallo, por telefone, a ZH.
O Inter já acertou salários com Lê (R$ 19 mil mensais) e o valor do empréstimo por um ano (R$ 190 mil). Se permanecer na Gávea, ele não será mais do que um reserva imediato para a meia-esquerda. Por isso, pressiona a direção para que o libere.
"Estou no Flamengo desde os 12 anos e, desde os 18 anos, sou prata da casa reserva nos profissionais", reclamou.
Lê se insurge com certa razão. Em 1998, foi titular em vários jogos e teve uma temporada excelente. Foi dele o gol que deu ao Flamengo o título da Copa Mercosul diante do Palmeiras, em São Paulo. Havia 18 anos o clube não ganhava um título continental.
Neste ano, seu rendimento foi pífio. Participou de três partidas da Copa Mercosul e de outras 12 pela Copa João Havelange. Marcou apenas dois gols (contra Guarani e Coritiba). Muito pouco para quem despontou como craque em 1998. Por isso, Lê quer tomar o caminho da porta de saída da Gávea, como fizeram Djalminha, Marcelinho Carioca, Rodrigo Mendes e outros ex-juniores desvalorizados pelo clube.
O Inter adota a política inversa, investindo tudo nos jogadores formados no Beira-Rio. Ontem, acertou a renovação por quatro anos com Fábio Rochemback, 18 anos. De acordo com o procurador do jogador, Ermínio Vivian, não houve a inclusão de um imóvel no acordo, como foi cogitado. Fábio continuará morando na concentração do Beira-Rio. Só que com um salário bem superior aos atuais R$ 800. Vivian não revela o valor, que deve girar em torno de R$ 10 mil. A assinatura ocorrerá até amanhã. No dia 2, o volante se apresenta à Seleção Brasileira sub-20 para a disputa do Sul-Americano, no Equador.
O Inter ainda negocia as renovações de Leandro Guerreiro e Ronaldo. Os valores, no entanto, seguirão neste patamar, apesar da valorização. A saída de Elivélton faz parte da política salarial do Inter. A direção deseja enxugar ainda mais a folha. Por isso, traz um substituto com salário 50% menor. O mesmo vale para Denílson. A idéia é reduzir os vencimentos do lateral, atualmente em R$ 42 mil mensais.