São Paulo - Os brasileiros Antônio Pizzonia e Ricardo
Sperafico foram oficialmente apresentados nesta quinta-feira como pilotos da
equipe Petrobras Junior para a temporada 2001 do Campeonato Internacional de
Fórmula 3000. Em entrevista coletiva em um restaurante, em São Paulo, ambos
revelaram o que mais lhes tira o sono no primeiro ano na nova categoria.
"A estréia em Interlagos, dia 31 de março, vai ser a primeira vez
que estarei correndo no Brasil desde que deixei o país há quatro anos. É a
realização de um sonho, mas eu preferia que essa corrida fosse a última.
Assim eu teria mais experiência na categoria", comentou Pizzonia, que fará
testes de reconhecimento no autódromo paulista na segunda quinzena de
janeiro.
Sperafico, por sua vez, acha que leva uma pequena vantagem sobre os
concorrentes nesta que será a primeira corrida da história da F-3000 em
Interlagos. É também a primeira prova da categoria fora da Europa.
"Sem dúvida nosso maior problema vai ser o desconhecimento das
pistas. Mas em Interlagos em levo uma pequena vantagem. Quando eu disputava
a Fórmula 3 Sul-Americana corri duas vezes em São Paulo e venci uma", lembra
Sperafico, que considera a prova no Brasil uma boa oportunidade para o
público conhecer de perto o último degrau antes da F-1.
"Será um salto para a Fórmula 3000 e para nós, pilotos brasileiros.
E nesse ponto o trabalho que a Petrobras faz também é excelente, tanto na
F-3000 quanto nas outras categorias, garantindo o espaço dos pilotos
brasileiros", acrescentou o paranaense.
Dos US$ 2,4 milhões gastos com a manutenção da equipe em um ano, a
Petrobras arca com 55%. O restante é dividido igualmente entre a dupla de
pilotos e seus patrocinadores pessoais.
"Nossa única exigência é que sejam escolhidos pilotos brasileiros.
Mas não participamos da decisão final", disse Cláudio Thompson, coordenador
de esporte motor da empresa, também presente à coletiva.
A empolgação dos pilotos é tanta que o Jungle Boy Pizzonia,
nascido no Amazonas, abriu mão de entrar na F-1 para defender as cores
verde-amarelo do Brasil pela Petrobras Junior.
"Achei arriscado acertar com alguma equipe de F-1 agora. Ainda não
tenho tanta experiência e preferi, antes, mostrar serviço na F-3000. Além do
mais, para acertar como piloto de teste de alguma equipe de F-1, ela
exigiria um contrato de três anos. Acho que talvez depois de uma temporada
na Petrobras Junior eu possa conseguir algo melhor", disse Pizzonia, de 20
anos, que será observado de perto por Frank Williams e seu filho Jonathan
Williams, este responsável pela Petrobras Junior e que faz a ligação entre a
escuderia brasileira e a Williams na F-1.
Em 2000, além de ter sido vice-campeã por equipes, a Petrobras
Junior comemorou com o mineiro Bruno Junqueira (que este ano correrá na Indy como piloto da equipe Chip Ganassi) o título de pilotos. A pressão de correr em uma equipe de ponta logo no ano de estréia na categoria
não assusta a nova dupla de pilotos: "Queremos brigar pelo título, mas este será um ano de adaptação.
Vou fazer o melhor e espero que dê tudo certo. Mas é bom lembrar que o Bruno
foi campeão apenas no terceiro ano correndo de 3000 . Os carros daqui têm
mais freio, são mais pesados e potentes", comentou Pizzonia, campeão da F-3
Inglesa em 2000.
"É só saber que estamos em um time de ponta, ter responsabilidade e
acelerar", emendou Sperafico, de 21 anos, vencedor da F-3000 Italiana no ano
passado.
O Campeonato Internacional de F-3000 terá 12 etapas, começando dia
31 de março em Interlagos e tendo a última corrida em Monza, dia 15 de
setembro, sempre no sábado de véspera da F-1. Quinze equipes estão inscritas
na competição.