São Paulo - O São Caetano é o legítimo campeão da Copa João Havelange. Para o advogado do clube, João Zanforlim, essa é a decisão mais sensata que possa ser tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ou pelo Comitê Executivo do Clube dos 13, que irão se reunir no início da próxima semana para dar o desfecho ao campeonato nacional de 2000.
A partida decisiva entre Vasco e São Caetano, realizada no dia 30 de dezembro no estádio de São Januário, foi interrompida aos 23 minutos do primeiro tempo, depois que parte do alambrado cedeu e 168 torcedores ficaram feridos. “O Vasco foi o responsável por todo o tumulto que aconteceu na decisão. A partida foi paralisada porque a torcida do time adversário entrou no campo, impedindo o prosseguimento”, diz Zanforlim.
O advogado reafirma sua tese citando o artigo 299 do Código Disciplinar Brasileiro de Futebol (CBDF), que diz que um clube perderá os pontos de uma partida se for o responsável pela suspensão do jogo. “Esse será um dos argumentos a nosso favor. As imagens da TV e a perícia realizada por técnicos em São Januário também”.
No relatório, o árbitro do jogo, Oscar Roberto Godoi, declarou que tinha condições de dar continuidade à partida. Zanforlim disse que o relatório enviado ao presidente do STJD, Luiz Zveiter, não é a lei. “Todo mundo viu que não havia segurança. Um dos próprios auxiliares do Godoi disse que não teria como correr pela lateral do campo”, disse o advogado.
Zanforlim adianta que o Azulão não entrará na Justiça comum caso o Vasco seja declarado campeão da Copa João Havelange, ou o título seja dividido após a reunião do Comitê Executivo e a decisão do STJD. “O clube assinou o regulamento no início da competição, onde estava escrito que todas as decisões da Copa João Havelange seriam definidas na esfera da Justiça Desportiva. O que o STJD decidir está decidido”, afirmou Zanforlim.
O advogado afirmou que o São Caetano foi pressionado no dia da decisão e por isso o presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza, teria proposto a divisão do título. Zanforlim considera improvável que o Clube dos 13 ou o STJD exijam a realização de uma terceira partida, como o Vasco está propondo agora. “Até mesmo a televisão não quer outro jogo. Você já viu uma decisão sem transmissão?”