Rio - É coisa do capeta. Edílson está mais uma vez no centro de uma polêmica no Flamengo. Não que ele tenha cometido atos de indisciplina. O fato é que o atacante é o mais novo pivô dos problemas financeiros rubro-negros. Enquanto a diretoria do Corinthians cobra o pagamento de duas parcelas atrasadas do passe do jogador e pode ir à Justiça pedir o seu retorno, o jogador garante que não pensa na hipótese de voltar ao Parque São Jorge.
"Já estou aqui, treinando e me preparando para a temporada. Soube pela imprensa que o Flamengo talvez não esteja cumprindo um acordo. É melhor e mais fácil que eles resolvam entre eles. Estou muito tranqüilo e acostumado com estas coisas. No fim, tudo se resolve", declarou o atacante.
Edílson disse saber, no entanto, que seria muito bem recebido no Corinthians. "Tanto o Roque Citadini (vice de futebol) quanto o Dario Pereyra (técnico) me elogiaram. Mas estou bem no Flamengo. Daqui a pouco, o clube arruma dinheiro e fica tudo bem", disse ele.
Pelo contrato de cessão do passe de Edílson, o Corinthians tem a opção de pedir o Capetinha de volta ou, ainda, exigir o passe de Juan e Reinaldo, dados pelo Flamengo como garantia de pagamento.
A diretoria do Flamengo espera, através de conversas com dirigentes do Corinthians, que os paulistas aceitem o pagamento fora do prazo e desistam de ter Edílson de volta. Após ter conseguido junto à ISL adiantar recursos para contratar, além de Edílson, jogadores caros como Gamarra, Denílson e Alex, o Flamengo tem problemas para conseguir a liberação de recursos. O pagamento das dez parcelas mensais de US$ 700 mil pelo passe de Edílson é feita diretamente pela ISL, parceira do Flamengo, à Hicks & Muse, parceira do Corinthians.
"Não sei se houve atraso. Tenho que conversar com a ISL", disse Walter Oaquim, vice-presidente de futebol do Flamengo.
Ele admite as dificuldades para cumprir compromissos. "A conta realmente ficou muito alta com todas as contratações. Nós adiantamos cotas diversas através da ISL e acho que, a partir do dia 13, voltaremos a receber recursos", disse Oaquim.