Rio - A palavra pré-temporada nunca soou muito bem nos ouvidos dos jogadores de futebol. Ter de conviver vinte e quatro horas do dia com os outros companheiros, ficar vários dias longe da família e agüentar os exercícios que cuidam da parte física tiram o sossego até do mais tranqüilo deles. A fórmula para solucionar essa bombástica equação é uma boa pitada de bom humor. E isso fica a cargo do atacante Agnaldo.
"Sempre fui brincalhão, é uma coisa que vem de família mesmo. Lá em casa, isso é muito normal e espontâneo e procuro sempre levar isso para o trabalho, especialmente neste período de pré-temporada, em que os jogadores, às vezes, ficam meio chateados", afirmou.
Uma das especialidades do atacante é colocar apelidos. Embora evite revelá-los, para não arrumar encrenca, é fácil ver Agnaldo mexendo com os outros.
"Gosto de botar apelidos, especialmente quando chega algum jogador novo. Veja o Valbson, por exemplo, que acabou de chegar do Sampaio Corrêa. Para mim, ele já é Sandoval, por causa da semelhança com aquele jogador que atuou pelo São Paulo e Internacional. Olha, é igualzinho!", brincou Agnaldo, provocando um sorriso no tímido apoiador, mas, ao mesmo tempo, o adaptando ao grupo.
Mas as brincadeiras não se limitam aos mais novos. Companheiros de longa data, como os atacantes Roni e Alessandro, o goleiro Murilo e o cabeça-de-área Fabinho não saem "impunes".
"Brincar com esses, especialmente o Murilo, é risada garantida", disse, às gargalhadas.
Mas, acima de tudo, Agnaldo garante que procura respeitar sempre todos os jogadores. "Têm alguns que são pilha fraca, que não dá para brincar muito. Para não dar confusão, evito as brincadeiras", afirmou.
Esses casos, no entanto, são a minoria. Vários jogadores, como o zagueiro César, fazem questão de ressaltar a importância da descontração de Agnaldo. "A gente fica muito tempo junto e isso é fundamental para que o tempo passe mais rápido. Além disso, as brincadeiras unem ainda mais o grupo, o que nos torna ainda mais fortes na hora de disputarmos uma competição", disse.
Outro que valoriza a presença de jogadores como Agnaldo é o experiente apoiador Jorginho. Ele lembra o sufoco que passou quando ficou um mês fora de casa quando atuava pelo Corinthians. "Os jogadores já não agüentavam olhar uns para as caras dos outros. Quase saíam no tapa. O que amenizava eram as brincadeiras. É sempre bom ter no elenco jogadores como ele. O clima fica mais solto", afirmou Velho, como é chamado pelo elenco. "Esse já tem emprego garantido quando parar de jogar. Sabe onde? No circo."