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Grêmio inicía política dos 'pés no chão'
Segunda-feira, 08 Janeiro de 2001, 10h26

Rio - Ao contrário do início de 2000, o Grêmio começa este ano mais cauteloso quanto a contratações. Em 2000, quando assinou uma parceria com a empresa suíça ISL, o clube gaúcho levou ao Olímpico "medalhões" do futebol, como foi o caso do lateral-direito Ânderson Lima, o zagueiro Marinho, o cabeça-de-área Astrada, os meias Zinho e Fábio Baiano e os atacantes Paulo Nunes e Amato. Destes, apenas Marinho — com reservas —, Fábio Baiano e Zinho foram aprovados pela torcida do Tricolor.

Era a época do "Quero, pago!", mesmo que fosse a peso de ouro — estima-se que o Grêmio tenha gasto em 2000 perto de R$ 30 milhões em reforços. O Tricolor não negociava empréstimo — comprava.

A diretoria do clube, encabeçada pelo presidente José Alberto Guerreiro, almejava forjar o "time do sonhos". Para isso, Leão foi contratado como treinador, depois Antônio Lopes, e posteriormente Celso Roth. O Tricolor afundou na Copa Sul-Minas, na Copa do Brasil e no Campeonato Gaúcho, e só na Copa João Havelange a equipe teve um bom desempenho, terminando em quarto lugar na competição.

Os primeiros sinais de que as coisas mudaram no Olímpico foram as contratações do técnico Tite, campeão do Gauchão 2000 pelo Caxias, um nome pouco conhecido fora do Rio Grande do Sul, e do cabeça-de-área Vágner, ex-Bahia. Por ter o atleta emprestado durante um ano, o Grêmio pagará ao Monterrey, do México, US$80 mil, um quantidade até módica para o valor que o Tricolor costumava desembolsar para adquir um potencial titular.

Outro sinal significativo: a redução de R$850 mil na folha de pagamento. Com as dispensas do goleiro Sílvio, do lateral Patrício, do zagueiro Rodrigo Costa, de Astrada — revendido ao River Plate por US$ 750 mil — e do atacante Jé, o Grêmio conseguiu diminuir o ônus orçamentário. E caso consiga se desfazer de Paulo Nunes, que recebe R$200 mil, o Tricolor ficará ainda mais aliviado financeiramente.

Conforme o vice de futebol do Grêmio, José Otávio Germano, o clube procura fincar os "pés no chão", ter uma política econômica austera, abandonando sonhos faustosos de grandeza: "Devemos nos enquadrar na nova realidade do futebol brasileiro. Não há mais espaços para ficarmos desejando 'times do sonho'."

O Grêmio enfrentará o Coritiba, no Couto Pereira, dia 17 de janeiro, no primeiro compromisso oficial da equipe de Tite em 2001.

L! Sportpress


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