Milhão quer dar show no Gauchão 2001
Terça-feira, 09 Janeiro de 2001, 10h43
Atualizada: Terça-feira, 09 Janeiro de 2001, 11h00
Porto Alegre - O Gauchão 2001 começa revelando o talento de um centroavante que pode ser um dos candidatos à briga pelo tÃtulo de goleador do campeonato.
Aos 28 anos, o portuário Marcos Milhão, do São Paulo, de Rio Grande, brilhou em campo na partida de abertura da competição. Dos seus pés, surgiram os dois gols da equipe no empate de 2 a 2 com o Novo Hamburgo, no sábado à noite.
Para a torcida do São Paulo, o desempenho do centroavante não é uma surpresa. No ano passado, Milhão foi o goleador da Divisão de Acesso, com 13 gols. Empolgados com o desempenho do atacante, os amigos do bairro Getúlio Vargas, onde reside – o tradicional BGV, situado próximo à zona do Porto Novo – passaram a chamá-lo de “Deus negro do BGV”. A marca surgiu de uma brincadeira da torcida.
Milhão leva tudo na diversão. Bem-humorado, diz que também é brincalhão e gosta de fazer piada nas rodas de pagode entre os amigos do bairro onde mora desde que nasceu e onde aprendeu a jogar bola.
Aos 17 anos, ingressou na equipe de juniores do Rio Grande. Teve rápida passagem pelo São José, de Cachoeira do Sul, e pelo Bangu (RJ). A única vez em que jogou na primeira divisão foi no Fraiburgo, de Santa Catarina, em 1998. Ainda no estado catarinense, jogou em três clubes pequenos de Blumenau no perÃodo de um ano. Na mesma temporada, voltou ao Rio Grande e no ano seguinte estreou no São Paulo.
"O Milhão é muito esforçado e vai ser destaque no campeonato", garante Valdeci Ramos da Silveira, amigo e incentivador do jogador.
Por enquanto, o atleta não revela seus planos para o futuro, mas admite que deseja um melhor padrão de vida. Casado com Suzana Soares, 24 anos, é pai de Guilherme, de oito meses. Em julho nasce uma menina. Fora de campo, o centroavante trabalha como avulso (sem vÃnculo empregatÃcio) do porto de Rio Grande. O emprego eleva os ganhos da famÃlia a mais de R$ 1 mil por mês – seu salário no São Paulo é de R$ 800.
Em breve, Milhão pretende reformar a casa de madeira, pequena e simples, situada numa rua estreita e sem pavimento do bairro Getúlio Vargas.
Zero Hora
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