Rio - Os principais jornais esportivos da Itália estão atribuindo a decisão do sueco Sven Goran Eriksson de deixar o comando da Lazio, bem como os últimos resultados do clube romano, a pressões da Federação Inglesa de Futebol. Segundo o Corriere Dello Sport, o presidente da FA, Adam Crozier, teria conversado com Eriksson horas antes de o técnico anunciar sua demissão.
"A estratégia real do presidente da federação era romper a harmonia entre o treinador e o presidente da Lazio, Sergio Cragnotti. Foi Crozier quem convenceu Eriksson a assumir a seleção inglesa a partir de julho de 2001. Não contente, passou a pressioná-lo para que deixasse a Itália antes deste prazo. Sua cartada final foi anunciar que a Inglaterra já disputaria o amistoso contra a Espanha, em 28 de fevereiro, dirigida pelo novo treinador, assim como as partidas contra a Finlândia e a Albânia, em março, pelas Eliminatórias Européias para a Copa de 2002", sustenta o jornal.
De acordo com La Gazzetta Dello Sport, o próprio Crozier teria admitido que as manobras da FA podem ter causado um certo desconforto entre dirigentes, técnico e jogadores do campeão italiano de 2000.
"Em Londres queriam o sueco o mais rápido possível e fizeram tudo para atingir este objetivo. O fato de que todo este processo pode custar o título da Serie A à Lazio pouco interessa à federação", diz o diário.
Para o capitão da equipe italiana, Alessandro Nesta, são os jogadores que devem assumir a responsabilidade pelos maus resultados.
"A situação toda me entristece, mas a culpa pela má campanha é nossa, pois não estamos conseguimos repetir as atuações da última temporada", disse o zagueiro.
Ao mesmo tempo em que critica a Inglaterra por conta das atitudes da federação inglesa, o diário romano lembra que as bolsas de apostas indicam que Eriksson será pressionado para abandonar a seleção do país, caso não obtenha os resultados que a equipe necessita até o fim deste ano.
"Os ingleses só dão uma alternativa ao ex-técnico da Lazio: vencer", destaca o jornal.