Porto Alegre - O meio-campo Marcelo é o novo capitão
do Internacional. É a voz do técnico Zé Mário dentro do campo. Um dos
destaques do Internacional na vitória de 3 a 2 sobre o Avaí, na noite de
sábado, ele está cheio de confiança para encarar o ano de 2001.
“Estou alcançando uma situação que sempre almejei aqui no Inter. Ter meu
futebol reconhecido e poder exercer minha liderança sobre o grupo de
jogadores mais jovens”, disse Marcelo, satisfeito com os nove dias de
trabalho do grupo em Santa Catarina.
O meio-campo, que fará 25 anos no próximo dia 29, é cria do Colorado. Sua
situação é nova. Lançado por Abel Braga em 1996, Marcelo teve seu futebol
admirado por todos os técnicos que passaram pelo Beira-Rio, que viram nele
um "jogador de esquema" - já jogou nas quatro posições do meio-campo.
Mas,
na hora das vaias às más atuações do time, ele sempre foi o preferido da
torcida, que só enxerga sua lentidão. E os técnicos nõ seguravam a barra.
Para não queimá-lo de vez, o Inter chegou a emprestá-lo ao Flamengo, em 99.
Mas, com Zé Mário, s coisas mudarm. O técnico o escalou na maioria dos jogos
da Copa JH, e não poupa elogios ao seu futebol e à sua participação nas
conversas do grupo.
“Ele é jovem, mas já tem experiência suficiente para dar conselhos não só
aos mais novos, mas a qualquer um do elenco “, elogia Zé Mário.
Marcelo se diz feliz por ver o Internacional voltar a dar força aos
jogadores feitos em casa. “Lúcio, que já foi vendido, o Fábio Rochemback, o Guerreiro, o Diogo, o
Fernando Cardozo, há uma lista grande de ótimos jogadores que o clube vem
trabalhando bem. Isso faz eu me sentir cada vez mais em casa”, confessa o
jogador, que os colegas tratam por Marcelão, devido ao seu 1m83.
Outro motivo para Marcelo se sentir à vontade para exercer sua liderança:
Enciso, volante, como ele, e ex-capitão da equipe, foi colocado à venda.
Sobrou mais espaço, tanto para disputar posição como para influenciar
atitudes dos colegas.
Ele não se ilude. A concorrência de bons meio-campistas, como Rochemback,
Guerreiro, Carlinhos, Tim e Lê será dura. “Se o Zé me colocar no banco, tudo bem. Ele é um cara sério, que só pensa
no bem do time”, diz Marcelo.
Sabe também o quanto será difícil convencer a torcida de que sua hora
chegou. “ Não importa. Se ela continuar intolerante, tudo bem, isso não influi mais
no meu jogo. O importante é que eu nunca me senti tão bem no Internacional.
E olha que tenho tempo de casa.”