Rio - Os deputados da CPI da Câmara, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, consideraram que o jogador Marlon, do São Caetano, que prestou depoimento juntamente com o jogador Preto, do Santos, na tarde desta terça-feira, caiu em várias contradições. A informação foi divulgada pela Agência Câmara. Os dois são acusados de terem adulterado a idade em alguns documentos. Marlon e Preto foram ouvidos em São Paulo.
A maior parte dos questionamentos dos deputados se referiram ao início da carreira do jogador, no Maranhão, estado conhecido pelo grande número de gatos. Nos últimos cinco anos foram 18 jogadores descobertos no Maranhão com idade adulterada nos documentos.
Marlon confessou que a sua certidão de nascimento foi adulterada em quatro anos por um cartório de São Luiz. O jogador contou que sua certidão original mostra que ele nasceu em 1977, mas quando se transferiu do Maranhão para o União São João de Araras sua data de nascimento passou a ser em 1981.
Para o deputado Eduardo Campos (PSB-PE) existe um esquema conjunto entre Maranhão e São Paulo para adulterar a idade de jogadores. “O Maranhão é uma fábrica de gatos articulado com o futebol paulista. Existe o conluio entre a Federação Maranhense de Futebol e clubes do estado, que negociam jovens talentos com times do Centro-Sul”, afirmou Campos.
Nesta quarta-feira os deputados seguem para o Maranhão, a fim de continuarem as investigações. Eles se encontrarão com a governadora do estado, Roseana Sarney, para pedir apoio contra este tipo de crime.