Rio - O mundo é pequeno e dá voltas. Depois de peregrinar pelos quatro cantos, correndo atrás de reconhecimento e fama, o atacante Donizete, aos 32 anos, enfrentará pela primeira vez, neste domingo, às 16h, no Estádio Caio Martins, pelo Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, o Volta Redonda, clube que o revelou.
É, sem dúvida, uma emoção especial. Traz à tona a lembrança das peladas nos campos de barro da Cidade do Aço, dos amigos de infância. Sempre brincalhão, o Pantera muda o timbre da voz e não esconde a satisfação por enfrentar o Volta Redonda. Porém, faz questão de frisar: sua intenção é provar que os guerreiros da cidade do interior do Estado do Rio, também podem conquistar espaço no cenário:
“É uma emoção diferente por ser a primeira vez que jogarei contra o clube que me revelou. Mas é legal mostrar aos meus companheiros de lá que eles também podem vencer na vida. É preciso lutar como um guerreiro, seguir meu exemplo”.
Donizete não foge às origens. Basta uma folga no desgastante calendário do futebol brasileiro para pôr o pé na estrada para rever a família, que ainda reside em Volta Redonda. E alimenta o sonho de desenvolver o Projeto Panterinha (escolinha de futebol para crianças carentes) e garante que a cidade não vive apenas da indústria de aço.
“Serve ainda mais de exemplo para os jovens do Volta Redonda. Da cidade saíram diversos craques, como Cláudio Adão, Delei...”, citou.
Mas o profissionalismo o obriga a deixar a paixão de lado. O Pantera prega respeito ao adversário, mas diz que é hora de o Botafogo dar as cartas e apagar a má impressão deixada com os empates (Bangu e Corinthians) e a derrota para o Santos.
“Teremos de jogar sem temor, como Botafogo. Sem medo de errar. A nossa preocupação precisa ser sempre com o ataque. Teremos de partir para cima”,
ensinou.
Mesmo com um discurso recheado de ofensividade, o Pantera sabe que a história alvinegra é marcada por dificuldades. Consciente, o atacante lembra que prevenir é bem melhor do que remediar. “Precisamos ser humildes. Não tem essa de time pequeno ou grande. Pensávamos que teríamos um jogo fácil no ano passado e tínhamos outra realidade, um jogo difícil”, lembrou o Pantera Donizete.