Porto Alegre - O craque perdeu a paciência. Ronaldinho afirmou, ontem, que dona Miguelina, sua mãe, jamais impediu a sua venda para o Leeds United, da Inglaterra, pela fortuna de US$ 80 milhões, no meio do ano.
Ele contestou a informação do presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro, ao Conselho Consultivo, de que a mãe do jogador soube da proposta, mas recusou. O artilheiro não gostou da história.
Ronaldinho saiu em defesa veemente da mãe. Disse que dona Miguelina não vetou nada, desmentiu Guerreiro e deu uma resposta áspera ao presidente. "Não teve nada disso", afirmou balançando o dedo indicador da mão direita e o rosto para os lados. "Minha mãe não trata deste tipo de assunto. E também não mostraram proposta alguma de US$ 80 milhões. Nem para mim, nem para o meu irmão."
Em seguida, perguntado quais motivos levariam, então, Guerreiro a dar tal informação no Conselho Consultivo, respondeu. "Olha, cada um diz o que quer", rebateu.
Ronaldinho reafirmou a possibilidade de permanecer no Olímpico. Voltou a frisar a insuficiência das duas propostas de renovação feitas pelos dirigentes, em maio e junho, passando seu salário de R$ 45 mil para R$ 90 mil. Se aceitasse, receberia menos do que jogadores como Paulo Nunes, Astrada e Zinho. O Grêmio só ofereceu R$ 28 milhões em dois anos após saber do pré-contrato com o PSG.
Ontem, na Itália, surgiu a informação de que o Milan promete entrar na briga por Ronaldinho. O jornal Tutto Sport, de Milão, garante que o clube poderá oferecer até US$ 20 milhões pelo passe, antes do dia 15 de fevereiro, quando termina o contrato do craque.
Assim, o Grêmio poderia escapar de perder o jogador sem faturar um tostão sequer, como ameaça o PSG. O presidente José Alberto Guerreiro foi procurado várias vezes pela imprensa italiana ontem. A todos, negou ter recebido qualquer oferta.
Embora o craque já tenha assinado um pré-contrato com o PSG, o Milan conta com o fato de o Grêmio aceitar vender o jogador antes de finalizar o seu contrato e antes de ele ter o passe livre, pela nova Lei do Passe, a partir de 26 de março. Com isso, o clube italiano arriscaria ir para o confronto contra o clube francês, na Fifa.
O advogado da família Moreira, entretanto, diz que a venda só ocorreria se o jogador concordar. Sérgio Neves afirmou que, como há cláusula penal (rescisória) no pré-contrato com o PSG, o negócio não seria interessante para o jogador.