Alexandre Rodrigues
Porto Alegre – O Detran do Rio Grande do Sul abriu processo administrativo para apurar a denúncia de que o jogador Ronaldinho usa uma carteira de motorista irregular. Segundo o diretor-presidente do órgão, Mauri Cruz, o atacante do Grêmio deu entrada, em maio de 1999, no pedido de segunda via de uma carteira obtida em Joinville (SC) um ano antes.
Após receber uma denúncia, na semana passada, houve um contato com o Detran de Santa Catarina, que não encontrou nenhum registro de que Ronaldinho tenha feito os exames teórico e prático para obter a primeira via. Tampouco há uma carteira no Detran catarinense em nome de Ronaldo Assis Moreira.
O escândalo das carteiras catarinenses que eram "esquentadas" no Rio Grande do Sul foi descoberto em maio de 1999. Segundo Cruz, carteiras falsas eram obtidas no estado vizinho e seus números cadastrados no Detran gaúcho por estagiários que faziam parte do esquema. Depois, os motoristas davam entrada em um pedido de segunda via no Detran-RS e conseguiam uma carteira legalizada. O inquérito no Ministério Público já inclui 23 motoristas. Depois da descoberta da fraude, o Detran reforçou a segurança no manuseio de informações, criando senhas individuais para os funcionários.
No caso de Ronaldinho, a primeira via da carteira teria sido obtida no centro de habilitação de condutores de Joinville em 21 de maio de 1998. Em 1999, ele pediu a segunda via no Rio Grande do Sul. Cruz revelou que o jogador será comunicado hoje sobre o processo para apresentar a defesa em dez dias.
"Caso não consiga comprovar que fez os exames, a carteira ser cancelada", disse.
A reportagem do Terra tentou entrar em contato com Ronaldinho para uma resposta sobre as denúncias. Em sua casa, um empregado disse que ele havia saído. Contactada por telefone celular, sua mãe, Miguelina, disse estar fora de Porto Alegre e não saber onde ele estava. Assis, irmão e procurador de Ronaldinho, também não foi encontrado.