Porto Alegre - A próxima resolução da Fifa, a ser publicada em cerca de 10 dias, vai ser uma verdadeira ducha fria nos dirigentes do Grêmio que ainda sonham com cifras milionárias com a saída de Ronaldinho: a Comissão do Estatuto do Jogador, órgão que julga pendengas de transferências como a do craque gremista, sentenciou a Juventus de Turim a pagar US$ 500 mil dólares ao Flamengo por ter levado o lateral-esquerdo Athirson.
“Os valores do futebol mudaram. Particularmente, votei para que a indenização fosse de US$ 5 milhões, mas a comissão chegou a outro valor”, disse na sexta o equatoriano Carlos Coello Martinez, único sul-americano entre os oito componentes da comissão, presidida por Slim Aloulu, da Tunísia.
Martinez disse conhecer o Caso Ronaldinho porque a matéria “é destaque em toda a imprensa internacional” e, ainda, porque “nos corredores da Fifa, as pessoas estão comentando”. Ele informou que a tendência é de que o assunto seja apreciado já na próxima reunião da comissão, no final de abril. O equatoriano disse ser impossível, a essa altura, fazer qualquer tipo de prognóstico sobre qual seria o valor da indenização de Ronaldinho, mas ao saber que o Grêmio pede cerca de US$ 42 milhões deu uma notícia desanimadora para o club:
“Não posso fazer uma previsão, mas é praticamente impossível a comissão determinar um valor parecido com esse. Está fora da realidade.”
A comissão possui uma tabela para avaliar os passes, levando leva em conta fatores como a idade, quantas vezes o jogador serviu à seleção e, sobretudo, o salário registrado na federação.
Este é mais um problema para o Grêmio, pois o ganho mensal de Ronaldinho, registrado na CBF, é de R$ 2,5 mil. O clube gaúcho enfrentará uma batalha para provar que há mais de um ano paga cerca de R$ 40 mil ao atleta. Nem a proposta de R$ 24 milhões, anunciada pelo presidente José Alberto Guerreiro, pesará na decisão dos membros da comissão:
“O que vale é o salário registrado na federação, o resto de nada adianta. E tampouco a comissão analisa propostas de aumento salarial. Proposta é proposta, salário é salário”, observou Martinez.