Rio - O regulamento do Campeonato Paulista está gerando um impasse entre a Federação Paulista de Futebol e o São Paulo. Em reunião realizada na noite de terça-feira, o Conselho Deliberativo não aprovou, com 61% dos votos dos conselheiros, a decisão do presidente Paulo Amaral de abrir mão do aluguel do Morumbi durante a competição.
Dois artigos do regulamento do Campeonato Paulista tratam do assunto. O 4º diz que "...Nas partidas das fases B (semifinal) e C (final) os mandos pertencem à Federação Paulista de Futebol...". Já o parágrafo segundo do artigo 7º afirma que "...Não haverá taxa de aluguel de campo no ano 2001, salvo se o jogo for realizado em estádio que não pertença aos disputantes...".
Pelos estatutos do clube, no entanto, o São Paulo tem direito a 12% da renda da partida em seu estádio. O não pagamento desse valor teria de passar por consulta do Conselho Fiscal e, posteriormente, pelo crivo do Conselho Deliberativo.
O que mais irritou os conselheiros do São Paulo ouvidos pela reportagem do LANCE! foi o fato de a FPF e o presidente Paulo Amaral "terem desrespeitado o estatuto do clube".
Segundo alguns deles, a imposição da FPF deve-se à cota fixa de R$ 500 mil por partida paga aos clubes "grandes", como São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos.
Além disso, o fato só foi comunicado anteontem, decorridas cinco rodadas do Campeonato Paulista. Atualmente, o Morumbi tem capacidade para 80 mil pessoas. O valor mínimo cobrado por um ingresso no estádio é, segundo o próprio regulamento do Paulistão, R$ 8 para a geral (bilhete para arquibancada custa R$ 15). Em finais, os ingressos são mais caros.
Cumpridas as determinações, a arrecadação em cada jogo da final supera R$ 800 mil em caso de estádio lotado. O Tricolor teria direito a quase R$ 200 mil só nas finais. Procurado pelo LANCE!, o presidente da FPF, Eduardo José Farah, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o impasse é um problema interno do São Paulo.
Já o presidente do São Paulo, Paulo Amaral, não respondeu às mensagens da reportagem.