São Paulo - Gil de Ferran na Fórmula Indy, Bruno Junqueira na F-3000 e Antônio Pizzonia na F-3 Inglesa. O ano de 2000 foi de “pé embaixo" para o automobilismo brasileiro, que conquistou títulos importantes em várias categorias. Só faltou mesmo estar brigando pelo campeonato na Fórmula 1. Rubens Barrichello bem que tentou, em sua estréia na Ferrari, mas não passou de um coadjuvante do alemão Michael Schumacher, campeão do ano passado, ajudando a equipe italiana a ganhar um título que esperava há 21 anos.
Neste ano, a história não deve ser diferente. Barrichello, que volta a guiar a Ferrari no próximo domingo, no GP da Austrália - abertura da temporada -acredita que terá um desempenho melhor do que o do ano passado, mas prefere não criar expectativas. O brasileiro admite que tem muito a aprender na equipe, mas a Ferrari não deve lhe dar muito tempo -afinal, seu contrato termina ao final de 2001. Terá que fazer, nas 17 corridas do campeonato, um pouco mais do que os 62 pontos conquistados em 2000.
Dos pilotos brasileiros que correram a F-1 no ano passado, o único que permanece em 2001 é justamente Barrichello. Ricardo Zonta, que correu pela BAR, e Pedro Paulo Diniz, na Sauber, saíram da arena principal para ocupar os bastidores. Zonta, que marcou apenas três pontos na temporada passada, contra 17 de seu companheiro Jacques Villeneuve, foi “rebaixado" a piloto de testes da Jordan. E Diniz comprou ações da equipe Prost, abandonou os cockpits e assumiu o posto de sócio do ex-piloto Alain Prost.
Mas o time brasileiro na principal categoria do automobilismo não ficou desfalcado. As últimas semanas têm sido de boas notícias para o país, com a entrada de Enrique Bernoldi, na Arrows, e Tarso Marques, na Minardi. São duas equipes pequenas, mas o bastante para os brasileiros mostrarem serviço e buscarem um cockpit melhor em 2002. Marques já é um velho conhecido na F-1, tendo passado duas temporadas (1996 e 1997) na categoria, também na Minardi - depois foi para a Fórmula Indy.
Bernoldi fez boa carreira no kart e, em seu primeiro ano na Europa, surpreendeu com o título da F-Renault. Foi para a F-3, sem conseguir muito destaque, chegou à F-3000, no ano passado, com um duplo contrato: guiando para a Sauber Júnior e testando o carro de F-1 da Sauber. Luciano Burti também era piloto de testes da Jaguar, no ano passado e, após ter desempenho no GP da Áustria - quando substituiu o titular Eddie Irvine - foi confirmado na equipe principal para esta temporada.
Burti objetivos modestos em seu ano de estréia: disse que ficará contente se marcar pelo menos “alguns" pontos. Afirmou também que um de seus maiores desafios será correr nas pistas que ainda não conhece. Para o amigo Barrichello, porém, Burti será a surpresa da temporada.
A briga pelo título da temporada deve ficar, mais uma vez, entre a Ferrari e a McLaren, com a Williams correndo por fora. Os primeiros testes da Ferrari deixaram Schumacher e Barrichello animados. O piloto italiano chegou a provocar Juan Pablo Montoya, da Williams, e Jenson Button, da Benetton, desafiando os jovens pilotos a superá-los neste ano. A McLaren também se saiu bem nos testes e vem com um carro novo, mas não revolucionário.