Rio - Passada a euforia da vitória sobre o Vasco na semifinal da Taça Guanabara, o técnico Zagallo chegou a uma conclusão: encontrou, naquele jogo, o modelo de comportamento tático que quer ver no Flamengo. Ao mesmo tempo, no entanto, o treinador passou a ter uma preocupação. Trabalhar psicologicamente o elenco para torná-lo capaz de fazer o time repetir contra todos os adversários a atuação que teve contra o arqui-rival.
Tudo por causa do retrospecto. As duas últimas grandes vitórias que o Flamengo teve contra o Vasco foram seguidas de derrotas contundentes e em jogos importantes. Zagallo teme que o time relaxe justamente na hora de decidir o título do primeiro turno contra o Fluminense.
Após vencer o Campeonato Estadual, no ano passado, o Flamengo foi derrotado por 4 a 0 pelo Santos, no Maracanã, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil. O resultado custou a eliminação. No segundo semestre, durante a Copa João Havelange, os rubro-negros golearam o Vasco por 4 a 0 e, três dias depois, também no Maracanã, perderam para o River Plate por 2 a 1, pelas quartas-de-final da Copa Mercosul. Em seguida, foi eliminado das duas competições.
“O Flamengo foi o time que eu estava buscando contra o Vasco. Foi uma equipe aplicada, determinada, que mostrou segurança na defesa e capacidade de atacar. Mas quero sabe porque foi somente contra o Vasco que este futebol apareceu. Vinha buscando este equilíbrio no time há algum tempo”, diz Zagallo.
O treinador faz um alerta. “Só o futebol que jogamos contra o Vasco nos permite vencer qualquer adversário”, disse.
A observação do treinador, no entanto, envolve outro dilema. Sempre que o Flamengo jogou bem sob o seu comando, entrou em campo com três volantes. Isto é um sinal claro que o time jogará a decisão contra o Fluminense com o mesmo esquema. Resta saber como ele montará o meio-campo após o retorno do iugoslavo ao time.
“Estamos sem o Petkovic e encontramos uma fórmula que nos deu equilíbrio, com três jogadores de marcação e o Beto mais à frente. Temos que nos concentrar em vencer a Taça Guanabara. A volta do Pet é uma questão para ser analisada depois. O time tem peças para se adaptar. O esquema não vai mudar.”