Rio - Juventude, Remo e São Caetano prometem brigar muito para participar da elite do futebol nacional neste ano. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, anunciou a fórmula de disputa da competição durante o reencontro da paz com Pelé, terça-feira passada, em Brasília. O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, deu a aprovação. Mas alguns convites e outras exclusões parecem que não serão engolidos.
Já existem movimentações políticas e jurídicas para colocar Juventude, Remo e São Caetano, excluídos na listagem distribuída pela CBF, no Brasileirão deste ano. Todos seguem o exemplo do Gama, que conseguiu o direito de integrar a Primeira Divisão do ano passado na Justiça Comum.
O Remo, 16º colocado na Copa João Havelange, é quem mostra mais coragem até agora. Dirigentes do clube paraense admitem procurar a Justiça Comum até o final do mês, mesmo sem antes tentar ações na Justiça Desportiva. "Tivemos o caso do Gama no ano passado e abriu-se o precedente. O departamento jurídico do clube já está estudando o assunto com cuidado", disse Luiz Neto, vice-presidente do Remo, que vai tomar conselhos com Paulo Goyaz, advogado gaúcho que ficou famoso por coordenar as ações judiciais do Gama no ano passado.
Goyaz tornou-se figura importante na rebelião dos clubes; já está trabalhando na assessoria do Juventude. O clube gaúcho admite até disputar Segunda Divisão, mas desde que outros clubes, como Fluminense, Bahia, Botafogo-RJ, Botafogo-SP, Paraná e América-MG, continuem rebaixados, conforme decisão da Justiça Comum.
"O objetivo da luta do Juventude é moralizar o futebol brasileiro. Queremos resolver o caso na base do diálogo. Se não for possível, vamos mobilizar outras frentes", explicou Walter Dal Zotto, presidente do Juventude, que já deu o primeiro passo para uma mobilização política.
Na manhã de quarta, o prefeito de Caxias do Sul, Gilberto Pepe Vargas (PT), e Dal Zotto reuniram-se com os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Álvaro Dias (PSDB-PR), em Brasília, e já entraram em contato com Ricardo Teixeira. À tarde, a bancada de políticos gaúchos também se reuniu na capital federal. Todos os assuntos discutidos seriam encaminhados, no começo da noite, a Carlos Melles, ministro do Esporte e Turismo.
O São Caetano, vice-campeão da Copa JH, também pensa em entrar na Justiça Comum. O prefeito da cidade paulista, Luiz Tortorello, e o presidente do Azulão, Nairo Ferreira de Souza, se reuniram com o presidente da FPF, Eduardo José Farah, para planejar ação contra a CBF. Mas querem esgotar antes todas as possibilidades dos tribunais desportivos. Funcionários da prefeitura reuniram informações publicadas na imprensa para anexar ao processo.