Por Luiz Augusto Neto
São Paulo – O piloto brasileiro Tarso Marques, da Minardi, não esconde: corre mesmo à sombra do companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso. “Ele é primeiro piloto e tem um certo privilégio dentro da equipe, sim. Mas é natural, pois trouxe patrocinadores fortes”, diz Tarso.
Segundo o piloto paranaense de 25 anos, a situação não gera rivalidade entre ele e o espanhol, de apenas 19 anos. “A equipe não conta com muitos recursos e estamos em uma situação na qual não se pode ter rivalidade interna. A gente procura se ajudar”, garante. “Além do mais, não me preocupo com pressão interna, porque na Malásia eu andei melhor do que ele”.
Uma coisa é fato. Fernando Alonso é queridinho de ninguém mais ninguém menos do que o principal acionista da Minardi: o multimilionário australiano Paul Stoddart.
Tarso Marques, que já correu pela Minardi em 96 e 97, tem contrato com a equipe italiana até o final da temporada. “Depois disso vamos sentar de novo e conversar. Se o carro para a temporada de 2002 for melhor, posso ficar, mas a princípio o objetivo é a transferência para uma equipe melhor”.
Sobre o fato de poder sequer se classificar para o grid de largada no próprio país, Tarso promete manter a cabeça no lugar. “Sinceramente acho que os demais brasileiros sentem mais pressão do que eu. Todo mundo sabe que o meu carro é limitado, enquanto o Rubinho tem condições de vencer, e o Luciano Burti e Enrique Bernoldi têm condições de pontuar”.
Marcar pontos em Interlagos á algo quase impensável para Tarso. “Marcar pontos em condições normais de corrida é quase um sonho para a gente. Mas todo mundo tem o direito de sonhar, né?”