Porto Alegre - O atacante Ronaldinho Gaúcho até já desembarcou terça-feira na França como jogador do Paris Saint-Germain, mas a batalha jurídica com o Grêmio está longe de terminar. Os dirigentes tricolores comemoraram a chegada de uma circular da CBF, que determina que o jogador continua vinculado ao clube, mesmo depois do término do contrato, caso ele tenha sido assinado antes do dia 26 de março, quando entrou em vigor a nova Lei do Futebol brasileiro.
"O caso de Ronaldinho é ainda mais claro. O contrato dele terminou antes dessa data", disse o vice-presidente jurídico do Grêmio, Homero Bellini Júnior.
Sérgio Neves, advogado de Ronaldinho Gaúcho, afirmou que o parecer da CBF tem efeito apenas psicológico sobre os atletas, destacando que a Fifa vai resolver a questão mais cedo ou mais tarde. "A medida da CBF, que deve estar baseada em parecer de Valed Perry (especialista em Justiça desportiva), só tem como objetivo dizer aos jogadores que eles devem desistir de ser livres. CBF e Perry sempre foram a favor do vínculo", disse.
Ele prevê que a Fifa acabará fixando em cerca de US$ 3 milhões o passe de Ronaldinho, já que PSG e Grêmio não deverão chegar a um acordo. Para o vice-presidente do Grêmio, Jayme Eduardo Machado, o advogado poderá decepcionar-se. "A Fifa não costuma contrariar as leis nacionais. Ela só intervém em conflitos de natureza econômica, ou seja, quando os clubes divergem da quantia a ser paga. Não é o caso. Aqui se discute se Ronaldinho está livre ou vinculado ao Grêmio".
O dirigente disse que enviou advogados à sede da Fifa e descobriu que não existe pré-contrato assinado entre o atacante e o PSG. "Se ele assinar contrato agora, agirá de má-fé, pois sabe que a Justiça brasileira reconhece o seu vínculo com o Grêmio".