Rio - O empate em 1 a 1 da Seleção Brasileira
diante do Peru, em São Paulo, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de
2002 ainda continua repercutindo. Várias personalidades ligadas ao futebol
brasileiro continuam criticando a atuação do time. Mas as principais
críticas são para a convocação do técnico Emerson Leão, que deixou de fora a
maioria dos jogadores que atuam em clubes do futebol europeu.
Para o ex-jogador Wilson Piazza, que também é presidente da
Associação de Garantias ao Atleta Profissional (Agap), Leão jamais poderia
deixar de convocar estes atletas, pois formar uma base de jovens valores
acaba dando brechas para a imaturidade. "Nenhum país desprezou os jogadores que atuam no exterior, pois
sabem que a experiência deles pode ser fundamental numa partida. Como o
próprio nome diz, seleção é a reunião dos melhores, independentemente de
onde eles estejam jogando. A juventude num grupo realmente é contagiante,
mas traz com ela a irresponsabilidade e a imaturidade", criticou Piazza.
Segundo o ex-jogador Roberto Dinamite, o técnico da Seleção
Brasileira é um grande profissional e tem sensibilidade para ocupar o cargo
em que está. Mas Roberto criticou a convocação de Leão. "Fazer uma reformulação na Seleção Brasileira pode até ser
importante, porém não neste momento, em que estamos disputando a
classificação para o Mundial", afirmou Roberto.
Piazza critica dirigentes e jogadores
Apesar de ser muito criticada, a convocação de Leão não está sendo
apontada como a única responsável pelo momento ruim que o futebol do Brasil
está passando. Para Piazza, os erros cometidos pelos dirigentes acabam
refletindo no rendimento do time dentro das quatro linhas. A postura dos
jogadores também recebeu críticas por parte de Piazza. "Todo mundo precisa da sua independência financeira. Mas também é
preciso fazer o trabalho com carinho e respeito. O futebol precisa ser
jogado de uma forma em que se leve em consideração a importância social que
ele tem para o Brasil", afirmou Piazza.