Belo Horizonte - O atraso no pagamento dos salários dos jogadores do Atlético-MG está influenciando no rendimento do time. Pelo menos é o que pensa o zagueiro Luiz Carlos, depois da derrota de sábado para o Vila Nova por 4 a 2, no Independência, pela Segunda Fase do Campeonato Mineiro. “Estamos com muitos problemas extracampo. E, querendo ou não, eles influenciam sim", afirmou Luiz Carlos.
De acordo com ele, os jogadores acreditam que a situação pode melhorar, com as mudanças na diretoria, mas é difícil manter a concentração. “Nós temos muita confiança no Alexandre Kalil, pelo que ele fez em 1999. Mas hoje está bem complicado, tem muita coisa atrasada. Estão tentando pôr a casa em ordem, mas é difícil você conseguir manter a concentração em campo. Eu tenho meus deveres extracampo e quando as coisas não são resolvidas aqui, eu fico preocupado", salientou.
Apesar dos problemas, Luiz Carlos não ficou satisfeito com o desempenho da equipe no sábado. “Fomos muito aquém do que podíamos. Foram poucos os jogadores que conseguiram jogar o que sabem. Permitimos que eles explorassem com eficiência os contra-ataques e isso mata qualquer um", lamenta o autor do belo gol de falta, o segundo do Atlético.
Para o zagueiro, o Atlético precisa fazer mais faltas. “Todos nós sabemos que, e isso não é uma lei, que quem faz mais falta está, em teoria, melhor em campo e consegue bons resultados. Eles precisavam da vitória e entraram determinados. Está faltando mais determinação para o nosso time. Temos que marcar bem melhor, parar as jogadas", sugere Luiz Carlos.
Soluções
O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Alexandre Kalil, por outro lado, garante que a diretoria está buscando soluções para resolver os problemas financeiros e acertar os salários dos jogadores. E o dirigente não esconde de ninguém: “Eles estão com cinco meses de salários atrasados."
Mas afirma que tudo está sendo resolvido. “Esse problema já foi equacionado com os jogadores. Eles irão receber tudo, já está acertado. Só que nós não vamos fazer milagres. Queremos colocar as coisas nos eixos. Precisamos, sim, nos indignar com o que está acontecendo, termos vergonha na cara e calma. Só não posso pedir calma é à torcida do Atlético, que é a mais apaixonada e calma do mundo", admitiu Kalil, que viu torcedores se dirigindo a ele após a partida de sábado, reclamando muito.
“Eles vieram conversar apenas. Eles estavam indignados, e com razão. Eu estranharia era se eles não fizessem nada. Mas temos que olhar também que estávamos sem vários titulares. Não podemos nos desesperar. Temos que esperar o time estar completo e o Zé Maria se firmar. Aí, sim, poderemos avaliar", afirmou Kalil.