São Paulo – Assim como seu pai, Renê Santana também tem atrito com os árbitros. Já foi expulso, segundo seus cálculos, três vezes em menos de um ano e meio de carreira. “Contesto as arbitragens. Defendo a justiça.”
O técnico do Mamoré garante que pega leve na hora de botar a boca no trombone. “Não ofendo ninguém. Quero apenas que o juiz não seja injusto nem comigo, nem com o adversário.” Mas as contestações tem prejudicado a carreira . “Eles (os árbitros) já entram com o pé atrás comigo. Existe um zun, zun, zun, zun. Para piorar, acabei pegando uma suspensão de 50 dias.”
A campanha em favor da moralidade na arbitragem não é a única semelhança entre Renê e seu pai . “Defendo o futebol espetáculo. Sou contra a vitória a qualquer preço. Contra a violência. Mando os meus jogadores serem leias e não baterem.”
Na hora de cuidar das finanças, o filho também tem as suas semelhanças com o ex-treinador. “Assim como o pai, o Renê também é pão-duro”, disse o presidente do Mamoré, Fernando Morato. “Ouvir isso é até um orgulho para mim. Sou contra aqueles jogadores que ganham o primeiro prêmio e vão comprar logo um carro. Às vezes, a família não tem nem onde morar. Isso irritava o Telê e também me irrita”, afirma Renê, que é dono de um Fiat Palio.
A definição do plano tático de suas equipes é outra característica que aproxima as duas gerações da família Santana. “Meu time não tem um esquema definido. A distribuições dos jogadores dentro de campo varia no decorrer da partida.” Esse mesmo script era seguido pela Seleção de 82 e pelo São Paulo, bicampeão mundial em 92 e 93.