Rio - Aos 21 anos, o goleiro Júlio César se mostra um especialista em defender pênaltis. Um dia depois de se tornar herói da classificação do Flamengo para as quartas-de-final da Copa do Brasil, ao defender dois pênaltis na decisão com o Juventude (RS), ele revela a receita para brilhar no momento de tanto nervosismo.
"Olho no olho do batedor e deduzo o canto em que será cobrado o pênalti pela posição dele. São a confiança e a intuição. Além disso, espero o batedor chegar bem perto da bola para escolher o canto", disse o goleiro, que teve participação fundamental na conquista da Taça Guanabara ao defender o pênalti de Magno Alves, do Fluminense.
E confiança parece ser o requisito número 1 de Júlio César. Prova disso é que ao ver Alessandro desolado com a perda do pênalti contra o Juventude garantiu que defenderia. "Avisei a Alessandro para não se preocupar, pois pegaria o pênalti. Não deu outra", afirmou, aos risos, o goleiro, que recebeu ameaças de agressão por ter comemorado a vitória pedindo silêncio à torcida adversária. "Até me jogaram pilhas, garrafas, isqueiros, parafusos. "Depois de agarrar, só corri para pedir silêncio".
Ovacionado pelas ruas do Rio, Júlio César aproveita os momentos de herói. Mas prefere dividir o mérito com o elenco, que suportou a pressão do Juventude depois de dois terem sido expulsos – Cássio e Petkovic – e acredita que o Flamengo dificilmente será superado pelo Vasco na final do Campeonato Estadual caso demonstre a mesma disposição. "Mais uma vez pude ajudar a minha equipe. A arbitragem nos prejudicou, mas mostramos o que é o Flamengo, com raça e vibração', disse Júlio César. "Se jogarmos assim na final, será difícil nos vencer".