Brasília - A situação do presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Elmer Guilherme Ferreira, é muito complicada. “Considero tão ou mais grave que a do técnico Wanderley Luxemburgo", comparou o presidente da CPI do Futebol, senador Álvaro Dias (PSDB/PR).
Dias encaminhará ao Ministério Público, em forma de expediente, o pedido de investigação de fraude praticada contra a Previdência Social, com base no depoimento de Elmer à CPI na quarta-feira e em documentos oficiais em poder da Comissão. O dirigente já havia se complicado também em depoimento à CPI da CBF/Nike, em depoimento na terça-feira.
No caso da compra de uma propriedade rural em Barra do Garça (MT), por R$ 400 mil, em 30 de novembro de 1998, mas que teria sido avaliada no dia seguinte em R$ 2 milhões a mais, está sendo considerada pelos senadores que compõem a CPI como “uma fraude grosseira cujas providências devem ser tomadas imediatamente", reafirmou, na quinta-feira o senador. Elmer Guilherme terá que responder por fraudes contra a ordem tributária, crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal e apropriação indébita de recursos da mesma Previdência Social. Álvaro Dias revelou que técnicos da Receita Federal estão acompanhando os trabalhos da CPI e já estão investigando os ilícitos de sonegação da FMF e de seu presidente.
Elmer parece não ter sido avisado de que mentir numa CPI é crime imperdoável. Durante o seu depoimento, na quarta-feira, ficou claro de que ele tentou esconder transações envolvendo emissões de cheque não declaradas. “Ele disse que houve um período em que a Federação não estava podendo movimentar conta bancária, mas nós constatamos a emissão de cheques no mesmo período", afirma o relator da CPI do Futebol, senador Geraldo Althoff (PFL/SC).
Segundo ele, por enquanto “não há necessidade do pedido de quebra dos sigilos fiscal e bancário de Elmer, pois a documentação existente já é suficientemente comprometedora". Althoff assegurou que tudo que for prova de delito, como por exemplo o balanço patrimonial da FMF, será encaminhado ao Ministério Público.