São Paulo - A história se repetiu. Novamente, Palmeiras e Cruzeiro se enfrentam numa fase decisiva de uma competição importante. Nesta quarta-feira à noite, o duelo começa a definir uma vaga nas semifinais da Copa Libertadores da América. O primeiro jogo será realizado no Parque Antártica, e a partida de volta está marcada para a próxima quarta-feira, às 15h, no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
De tão freqüente, o confronto já está tendo uma atrativo a mais: a rivalidade. Nos últimos cinco anos, as duas equipes se enfrentaram 25 vezes e decidiram duas competições: a Copa Mercosul de 98 e a Copa do Brasil do mesmo ano. Em ambas, o Palmeiras levou a melhor e faturou a taça. No último confronto, outra vez deu Verdão. Vitória palmeirense por 2 a 1 no Mineirão e classificação garantida nas semifinais da Copa Mercosul do ano passado.
O jogo desta noite tem um atrativo especial. Numa faixa do gramado do Parque Antártica, um duelo colocará lado a lado os dois melhores laterais em atividade no futebol brasileiro. O paraguaio Arce vai defender o Palmeiras e o argentino Sorín vai representar o Cruzeiro. O duelo entre os dois tem traços históricos.
Desde a Guerra do Paraguai, mas não só por causa dela, os paraguaios detestam os argentinos. "Para nós, clássico é contra a Argentina e não contra o Brasil", diz o lateral-direito Arce.
Para o argentino Sorín, a história não é bem assim. O jogador diz que não existe uma grande rivalidade entre a Argentina e Paraguai. "A rivalidade da Argentina é com os brasileiros e os uruguaios. Não existe rivalidade entre argentinos e paraguaios", afirma o lateral.
Em campo, os dois laterais também têm estilos diferentes. Enquanto o forte do paraguaio Arce são os cruzamentos sempre certeiros, a grande arma do argentino Sorín é a penetração em diagonal na área do adversário.
Desse jeito, ele marcou a maioria dos dez gols que fez pelo Cruzeiro.
"Ele (Sorín) é um jogador de muita disposição, que ajuda muito do meio para a frente. Temos que estar ligados", diz Arce, que fará sua terceira partida depois de renovar seu contrato com o Palmeiras.
O paraguaio está no Brasil há seis anos. Atuou pelo Grêmio até 98, quando foi contratado pelo Verdão. Fez 162 partidas e marcou 33 gols pelo clube. Números que requerem um tratamento especial por parte dos adversários. "O Cruzeiro deve exercer alguma marcação especial para impedir os cruzamentos do Arce", diz o argentino Sorín.
Apesar dos constantes encontros entre Palmeiras e Cruzeiro e do grande conhecimento entre os jogadores, o lateral da equipe mineira acredita que pode haver uma surpresa na partida desta noite. "Todo mundo sabe como eu jogo, todo mundo sabe como o Arce joga, mas existe o improviso, o que torna o futebol um esporte surpreendente e maravilhoso", afirma Sorín.
Nos confrontos da Copa Mercosul do ano passado, o duelo entre Sorín e Arce monopolizou as atenções de todos. Na disputa deste ano, os dois terão um apoio a mais. Enquanto o Palmeiras ganhou o lateral Felipe e uma jogada forte pela esquerda, o Cruzeiro agora tem Neném, que sempre foi a sombra de Arce no Verdão. "No ano passado, nós trabalhávamos a maioria das jogadas pelo lado direito. Agora temos mais opções", afirma Arce, citando o apoio de Felipe e as jogadas de Lopes e Alex.