Adhemar se diz vÃtima de preconceito na Alemanha
Quinta-feira, 24 Maio de 2001, 14h40
Atualizada: Quinta-feira, 24 Maio de 2001, 18h06
Jogador disse ainda que passou por histórias inusitadas na Alemanha. Até já pensou que ia ser modelo e não jogador de futebol
Rogério Lorenzoni/Terra |
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Adhemar, no estúdio do Terra |
São Paulo – O atacante Adhemar, do Stuttgart, contou que já começou a sentir na pele o preconceito no futebol alemão durante o programa Esportes Show desta quinta-feira.
“Teve uma vez que fiz três gols e quando entrei no vestiário, estava um clima de velório. Os caras me olhando feio e não entendi nada. Até que apareceu o Bordon (ex-zagueiro do São Paulo) e me explicou que eles não gostam muito quando um estrangeiro vai bem, porque acham que estão pegando um lugar deles”, afirmou.
Bordon, que também defende o Stuttgart, vem servindo de intérprete para o ex-atacante do São Caetano, artilheiro da Copa João Havelange de 2000. “Ele tem me ajudado bastante. Só atrapalha à s vezes porque acabo não fazendo força para aprender o idioma alemão”, disse.
Ele admitiu ainda que pode voltar ao futebol brasileiro. “Apesar de todos os problemas do futebol daqui, é muito bom jogar aqui. E, como no futebol não há nada inegociável...”
MODELO - Exatamente por ter problemas com lÃnguas estrangeiros, Adhemar contou um fato bem inusitado que aconteceu em sua apresentação no clube, em janeiro.
“Depois que fiz os exames médicos e assinei o contrato, me dera uma intérprete portuguesa. Ela me explicou tudo direitinho até que ela falou que eu precisava colocar a camisola. Putz, achei que era para eu ser modelo”, falou Adhemar. Camisola, no português usado em Portugal, quer dizer camisa. “Mas, logo em seguida, o problema foi resolvido”, completou o atacante, rindo bastante.
LEI DO SILÊNCIO - Nos primeiros dias na cidade alemã, o atacante contou ainda que acabou recebendo uma advertência por causa do barulho. Tudo porque seu filho estava jogando bola depois das dez horas da noite.
“Recebi uma carta dizendo que era para o meu filho parar de jogar bola depois das dez. Mas o que eu podia fazer se, pelo fuso horário, era o mesmo que umas sete da noite”, afirmou Adhemar, que reclama ainda da falta de “calor humano”. “Lá, ninguém te convida para tomar café. Tem que ser tudo bem marcado, com horário e tudo”, completou.
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Redação Terra
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