São Paulo - O Corinthians chegou agitando São José do Rio Preto. Logo no primeiro dia de treinamento na cidade nesta quinta-feira, a relação jogador-torcedor passou um pouco dos limites. Invasão de campo, policiais no estádio e um carinho do povo rio-pretense um tanto quanto acima do normal.
Depois de liberar o treino da manhã para a torcida, a comissão técnica se arrependeu e pediu que os portões do estádio, de propriedade do América, fossem fechados à tarde.
Pela manhã, ao final do treinamento, mais de 150 pessoas conseguiram passar das arquibancadas para dentro do campo. Jogadores foram cercados para dar autógrafos, posar para fotos e negar pedidos de camisetas, chuteiras e calções. Alguns torcedores que não conseguiram uma assinatura até ofendiam os atletas, com gritos de "mascarado" e "mercenário".
Diversos jogadores precisaram ser retirados com a escolta dos seguranças do clube. "Precisamos entender o torcedor do interior, pois é um corintiano diferente daquele da capital, que vai ao Parque São Jorge e nos vê todo dia. Aqui, é como se fôssemos um parente distante, que ele encontra raramente e quer matar toda a saudade de uma vez só", resume Ricardinho.
Mas quem foi à tarde ao Teixeirão deu com a cara no porta. Mesmo com o acesso impedido, alguns conseguiram ficar no teto das arquibancadas vendo o treino. Mas isso só até a polícia chegar e acabar com a festa. "O pessoal do Corinthians é que pediu para o treino da tarde ser com portões fechados e um pouco mais calmo", fala o presidente do América, Pedro Batista.
Ainda assim, quando Wanderley Luxemburgo encerrou o segundo treinamento, parentes de diretores, amigos do padre e vizinhos do fulano de tal repetiram a cena da manhã.