São Paulo – O brasileiro Enrique Bernoldi, que virou o centro das atrações no GP de Mônaco ao segurar por quase metade da corrida o britânico David Coultahrd, da McLaren, mostrou nesta segunda-feira que as pressões feitas pelo chefão da equipe britânica , Ron Dennis, após a prova não surtiram efeito. Em bate-papo promovido pelo Terra, o piloto da Arrows disse que faria tudo outra fez.
“Eu não me arrependo de nada do que fiz. Se acontecer no futuro e tiver um carro mais rápido atrás de mim, vou fazer minha corrida. Se conseguir segurá-lo, ok. Senão, ele vai passar. É assim que funcionam as corridas”, afirmou o piloto.
Bernoldi foi pressionado por Dennis após a prova. O chefão da McLaren esperava que o brasileiro facilitasse a vida de Coulthard e chegou a dizer que sua carreira estaria ameaçada por causa de seu comportamento no circuito de rua monegasco.
“Ele (Dennis) disse aquilo porque estava bravo na hora. Foi bom correr na frente dele (Coulthard), disputando com a McLaren, sob pressão, por mais de uma hora. Se ele chegasse do meu lado, iria passar, mas não chegou nenhuma vez. Em nenhum instante pensei em deixá-lo passar. Pelo rádio, falaram para eu disputar a posição normalmente. Não é porque ele tinha um carro mais rápido, que iria deixá-lo passar.”
A polêmica, no entanto, acabou elevando a cotação de Bernoldi. Pela primeira vez o piloto da pequena Arrows foi chamado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para participar da entrevista coletiva antes de uma prova. “Eu fiz o que um piloto de corridas deve fazer e fui convidado para participar da próxima coletiva, no Canadá, na quinta-feira”, revelou.