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Alessandro comemora título do América-MG no Mercado Central
Terça-feira, 05 Junho de 2001, 00h58

Belo Horizonte - A segunda-feira foi de comemorações para os jogadores do América, em especial para o atacante Alessandro, autor do gol que deu o título de campeão mineiro de 2001 ao clube, na derrota de 3 a 1 para o Atlético, domingo, no Mineirão. “Estou vivendo um momento especial em minha carreira", repetiu o jogador, de 19 anos.

Marcar o gol do título fazia parte dos sonhos do atacante. Na quinta-feira, no Centro de Treinamentos, Alessandro já imaginava a situação. “Quem sabe não faço o gol mais importante? Posso até decidir o título", declarou o atacante, que havia marcado apenas duas vezes em todo o Campeonato Mineiro e perdera a condição de titular na reta final.

“Quando o Lula Pereira me chamou para entrar, estava confiante que poderia fazer o gol", conta Alessandro. “Vi o Ruy entrar na área, pedi a bola e bati. Foi o gol mais importante da minha carreira." O atacante foi titular durante quase toda a competição. Participou de 15 dos 19 jogos e marcou nas partidas contra Mamoré e URT, na Primeira Fase.

Em seu primeiro ano como profissional, Alessandro passou por muitas cobranças e considera esse gol contra o Atlético como uma auto-afirmação. “Precisava fazer um gol assim, por causa da pressão pela falta de gols", comenta o jogador. “Vai ficar na história do clube e para mim também será inesquecível."

Pela manhã, Alessandro esteve no Mercado Central, com a namorada Kelly, onde foi cercado por torcedores, e à tarde, viajou para sua cidade natal, São João da Boa Vista (SP), próximo a Poços de Caldas, no sul de Minas, para aproveitar a folga até a próxima terça-feira.

O experiente zagueiro Wellington Paulo, mais uma vez, enalteceu a união como principal fator que levou o América ao título mineiro deste ano. “Procuramos nos fechar, pregando a união e a capacidade para sair daquela situação", revela o jogador.

Para ele, o grupo do América mostrou que tem força e capacidade. “Quando a equipe se classificou para a Segunda Fase, fizemos um pacto para atingir nosso objetivo. Faltavam oito jogos para o título e fomos fazendo a contagem regressiva", conta Wellington Paulo. “Cada jogo foi uma decisão para a gente."

O zagueiro destaca também a chegada do técnico Lula Pereira. “Ele mexeu muito com o lado psicológico dos jogadores. Sem dúvida, a união do grupo, comissão técnica e diretoria foi fundamental", observa. Para Wellington Paulo, a derrota de 3 a 1 para o Atlético, na partida de domingo, aconteceu mais por méritos do adversário do que por erros do América. “Eles se superaram com o apoio da torcida e fizeram os gols que nós não aproveitamos", comenta.

No lance do segundo gol atleticano, Wellington Paulo hesitou em chutar a bola e Gilberto Silva aproveitou para marcar. “Foi um lance muito rápido. Evitei dar um chutão porque a bola poderia bater em alguém e entrar", explica o zagueiro, que se casa na próxima sexta-feira com Mayone, irmã do meia Ramon Menezes. “A lua-de-mel deve ficar para o final do ano", conforma-se Wellington Paulo.

O gol de Alessandro, aos 31 minutos do segundo tempo, não garantiu apenas o título ao América do Campeonato Mineiro de 2001, mas também evitou que a cobrança de pênaltis fosse disputada numa verdadeira penumbra. Seria utilizada a iluminação secundária do Mineirão, bastante precária, com capacidade de geração de 100 Kwh. Isso porque a Ademg não tinha autorização para usar o sistema de iluminação principal, por causa do plano de racionamento do Governo federal que proíbe a realização eventos esportivos à noite.

A partida sofreu um atraso de 25 minutos, terminando por volta das 17h30, com o Mineirão já com pouca claridade. A partida entre Cruzeiro e Palmeiras, válido pela Copa Libertadores da América, só foi realizada à noite por causa do uso de geradores, trazidos pela Traffic e a Rede Globo.

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