Belo Horizonte - O América sagrou-se o campeão mineiro de 2001 mesmo com a derrota por 3 a 1 para o Atlético, neste domingo, no Mineirão. Por ter vencido o primeiro jogo da decisão por 4 a 1, domingo passado, o América podia perder até por dois gols de diferença que ficaria com o título. Foi 15º Estadual conquistado pelo América, que não era campeão mineiro desde 1993.
Houve tumulto antes do início da partida. Tudo por causa do vestiário que dá acesso ao túnel de reservas da direita, à beira do gramado. O fato de o túnel ficar bem próximo a um dos auxiliares do árbitro fez com que os dois clubes brigassem pelo vestiário da direita, o que causou um atraso de 25 minutos no início da partida.
Apesar da vantagem de poder perder por até dois gols, o América botou pressão no início do jogo. Aos dois minutos, o atacante Rodrigo perdeu a chance de concluir e Velloso defendeu tranqüilamente. O apoiador Rogério chutou à esquerda do gol atleticano aos seis minutos.
O Atlético acordou aos nove: após escanteio cobrado por Ronildo pela direita, Gilberto Silva cabeceou e Guilherme desviou para o gol, mas Édson salvou em cima da linha. O segundo ataque alvinegro, aos 11, foi eficiente. Édson derrubou Guilherme na área e o árbitro Paulo César de Oliveira assinalou pênalti. Na cobrança, aos 12, Guilherme acertou o canto esquerdo, deslocando o goleiro Fabiano e marcando 1 a 0 para o Atlético.
O América encolheu ainda mais e passou a aceitar a pressão atleticana. Aos 30, foram quatro escanteios seguidos contra o time de Lula Pereira. A situação americana piorou com a expulsão do lateral-direito Édson, que já estava com cartão amarelo e recebeu o vermelho após cometer falta em Marques. A felicidade do Atlético de jogar com um a mais, porém, durou pouco tempo. Aos 43, o árbitro usou o mesmo critério para expulsar o zagueiro Luiz Carlos.
O Atlético voltou determinado a fazer a sua parte no segundo tempo. Aos 10, após cobrança de falta por Lincoln, o goleiro Fabiano salvou a cabeçada de Guilherme e o chute de Marques, mas não teve como evitar o petardo de Gilberto Silva: 2 a 0.
Aos 17, o Atlético fez 3 a 0: Guilherme chutou, a bola desviou na zaga e sobrou para Lincoln, que, livre de marcação ede frente para o gol, chutou de perna esquerda no canto esquerdo de Fabiano. O resultado levaria a decisão do título para a disputa de pênaltis, mas o Atlético seguiu pressionando em busca do quarto gol.
Fabiano, porém, fez boas defesas aos 28, em chute de Guilherme, e aos 29, numa tentativa de Fabiano, quando o jogo já estava prejudicado pela falta de iluminação no Mineirão. Embora a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) tenha autorizado a utilização dos refletores, isso não ocorreu por causa de problemas técnicos no estádio.
O árbitro Paulo César entretanto, julgou que o jogo pudesse seguir até o fim, sem maiores conseqüências. E a penumbra da "era do apagão" acabou iluminando o América, que fez o seu gol aos 30: Alessandro, que entrara na vaga de Carlos Alberto, chutou da entrada da área no canto esquerdo de Velloso.
O América quase fez o segundo aos 35: Ruy acertou a trave e Rodrigo completou para o gol vazio, mas Gilberto Silva salvou em cima da linha. Em busca do quarto gol para levar a decisão para os pênaltis, o Atlético pressionou até o último minuto, mas o América segurou o placar de 1 a 3 e comemorou o título após o apito final.