Rio - Um dilema ronda o mundo do futebol: a hora exata de encerrar a carreira. Mas Zagallo, com seu invejável currículo de tetracampeão mundial, mostra-se insaciável por títulos. Aos 69 anos, com o tricampeonato estadual na sua vasta galeria de troféus, o Velho Lobo já traça novos desafios – Copa dos Campeões, Copa Mercosul e Campeonato Brasileiro – e nem sequer teme o fracasso, que sempre é acompanhado de críticas. E ainda afirma que joga tênis muito bem.
"Não é a felicidade do tri que vai me fazer encerrar a carreira. A minha vida independe de mais resultados. Sou insaciável. Penso sempre no melhor. Tenho 53 anos de futebol e não tenho o menor medo de críticas. Só não admito perseguição. A minha vida é vitoriosa", afirmou.
Unanimidade no clube, Zagallo não credita o prestígio à conquista do histórico tricampeonato, mas, sim, a lisura na vida profissional. "Eles sabem quem eu sou, da minha vida como homem. Isso tudo traz credibilidade. Onde quer que eu vá sou bem conceituado. Não só no futebol. Não tenho rabo preso com ninguém", afirmou.
Mais do que pelo prestígio, orgulho, Zagallo é figura marcante pela vitalidade. Com a camisa 13 às costas, à beira do gramado em dias de jogos ou andando de um lado para o outro nos treinos ele parece um garoto. O Velho Lobo julga-se uma referência aos jovens. "Faço o que gosto e não há idade. É importante para os jovens me verem com essa vitalidade", declarou.
A receita para o vigor físico está na ponta da língua: cuidado total com a saúde. "Nunca fumei e, como atleta nunca bebi. Hoje tomo uma cerveja, mas sem excesso. Tudo, claro, com acompanhamento de atividades físicas. Hoje dou show nas quadras de tênis. A quadra fica pequena. Os mais novos ficam bobos", gaba-se.
Ele só não vai à rede matar o ponto quando lembra das ausências na fase de preparação para a Copa dos Campeões de Petkovic e Gamarra. "Começo a pré-temporada perdendo devido aos problemas".